quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo


Este ano que agora acaba não foi seguramente em bom ano. O meu começou com uma caminhada no deserto que tenho estado a fazer com paciência. Contudo ao longo do ano foram surgindo alguns pontos de luz que foram iluminando esta minha caminhada e me fizeram vir à ideia uma frase muito usada pela minha mãe: se os homens te fecham uma porta Deus abre-te uma janela.
Vejo acumularem-se algumas nuvens negras no horizonte de 2009 e confesso que estou preocupado com o novo ano em termos planetários. Vou ter de apelar aos dotes de astróloga/tarologa da minha amiga Shin Tau para que pelo alinhamento dos planetas ou através da sábia disposição das cartas do Tarot nos possa dizer se de facto tenho ou não razões para me preocupar. Existem contudo outros aspectos que me preocupam e cujas respostas terei de procurar não na astrologia ou no Tarot mas sim na astronomia. O Sol caminha para mais um pico de actividade e sabemos quão destrutivas para nós podem ser as “zangas” solares.
Apesar de tudo faço votos para:
Que seja instituido um sistema económico em que as regras de mercado sejam a transparência e a solidariedade e não a ganância e o logro.
Que sejam disponibilizados recursos para ajudar os milhões de pessoas que neste momento passam fome no mundo.
Que acabe o individualismo e se promova a colaboração e a partilha.
Que o Ano Novo inunde os nossos lares de prosperidade e amor.

Saudações

O Viajante

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

As representações sociais


Há alguns anos um casal amigo, numa conversa de café, dava-me conta da sua desilusão pelo facto do filho mais velho depois de concluir o décimo segundo ano, ter decidido não ir para a universidade. Tinham feito grandes sacríficios chegando a trabalhar em dois empregos para que o dinheiro chegasse e agora o seu filho recusava tirar um curso superior, dizendo que tinha de resolver a sua vida, conquistar a sua independência.
Onde é que nós errámos? É a frase que normalmente os pais dizem nestas situações. De facto não se trata de um erro, pelo menos premeditado, estão a lutar por uma causa quase perdida e contra um força subtil mas muito poderosa, a representação social.
O termo representação social foi definido pelo sociologo Serge Moscovici em 1961. Este autor procurava estudar a influência daquilo a que Durkheim – outro sociólogo – chamava de consciência social nos pensamentos, nas decisões e até da forma como veem a realidade os membros de um determinado grupo social.
Ao que parece aparentemente existe um “Big Brother” social constituido por tudo aquilo que fomos aprendendo ao longo dos tempos e que inconscientemente utilizamos como as melhores respostas às situações que vão surgindo permitindo não só a resolução de problemas como tambem uma vivência harmoniosa dentro do nosso grupo social.
Como cientista social sempre me impressionou o facto de existirem determinados principios quase sub-liminares que interiorizamos na nossa socialização e que motivam as respostas tidas como “normais” para o grupo social onde estamos inseridos, a ponto de até conseguirmos alterar a nossa percepção sobre as coisas.
De facto aqueles pais na sua procura pela estabilidade económica inconscientemente transmitiram ao seu filho que esse era o verdadeiro objectivo para no futuro poder ter uma família, e mais, que para o conseguir só poderia ser através do trabalho.
Quando estudei a Teoria do Conhecimento na escola secundária , havia um senhor Irlandês de seu nome Berkley que defendia o que ele chamava de” imaterialismo” e que considerava que uma substância material não pode ser conhecida em si mesma. O que, segundo ele, se conhecia, na verdade, resume-se às qualidades reveladas durante o processo perceptivo. Ou seja na pratica quer dizer que o objecto para existir tem de estar relacionado com o sujeito que o vê. Ou metafóricamente: quando uma árvore cai no meio da floresta só faz barulho se alguém ouvir.
Claro que na altura pensei estes filosofos aparecem com cada teoria !!
Hoje passados alguns anos não me parece assim tão absurdo já que as representações sociais moldam a realidade dando pespectivas diferentes da mesma realidade a pessoas inseridas em grupos sociais diferentes.
Uma entrevista feita aos diversos níveis numa grande empresa com apenas uma questão – “Para si o que é o trabalho” – motivou respostas diferentes, claramente ancoradas nas representações sociais. Enquanto que os quadros técnicos falavam no trabalho como forma de realização quer profissional quer pessoal os trabalhadores não especializados falavam em integração social e forma de sustentar a sua familia.
Perante a questão porque é que muitos dos nossos jovens consideram as férias como objectivo e não a carreira profissional? Talvez possamos responder, porque nós adultos trabalhamos o ano inteiro para um mês glorioso de descanso, todos os planos , poupanças e até empréstimos bancários são feitos nesse sentido .
Ou então porque as nossas representações identificam o trabalho como algo não bom. De facto o termo "trabalho" deriva da palavra latina "tripalium", um instrumento de tortura, espécie de açoite usado para obrigar os escravos a trabalhar.


Saudações


O Viajante

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

De Peixes a Aquário



Iniciando-se quando Jesus nasceu em Belém, a era dos Peixes já começou a sua curva descendente. Durante seu reinado, no nosso planeta predominou fundamentalmente o cristianismo que, curiosamente, se apoderou dos símbolos próprios deste signo aquático: seus pregadores eram pescadores de almas, seus seguidores identificavam-se por um icon em forma do peixe, e a sua máxima oferenda era o sacrifício do cordeiro pascal, símbolo da era do Carneiro, dando a entender a total superação desta era, que foi a imediatamente anterior.
O político e o social não escaparam à influência de Peixes: foi, e ainda é, uma era de dogmatismo, de unidade procurada na uniformidade, com escasso ou nulo respeito para a individualidade. Durante os últimos vinte séculos, ser original, independente, individual, significava ser perseguido, marginalizado ou até exterminado.
Como parece lógico, um signo de água teve a água como protagonista: Peixes foi um signo oceânico, regido por Neptuno, e nele não faltaram em nenhum momento as grandes empresas navais.
O mar foi motivo e meio para os povos, como se com o começo de Peixes o homem tivesse descoberto a água e sobre ela exercido seu império, decidindo nos mares o destino das guerras e procurando nos mares o caminho de seu progresso.
Estamos, pois, saindo de uma era de grandes movimentos espirituais, muitos até agora ocultos, ameaçadores, alguns deles até sangrentos em sua prática. Uma humanidade que foi passiva, normalizada e disciplinada no seu aspecto, mas tormentosa no interior, com paixões, impulsos e desejos, sempre controlados, sempre contidos, está a terminar.
Embora de acordo com os calculos astrológicos a nova era de aquário só se inicie por volta do ano 26oo altura em que o sol estará em Aquário, a sua influência já se está a fazer sentir, e será com certeza muito mais promissora, porque a era de Aquário, corresponde à casa 11 regida por Urano, e é uma das mais harmoniosas e belas do zodíaco. Bom para nossos imediatos descendentes, será contudo bastante enfadonho para nós, os que estamos a assistir à mudança de uma era para a outra, porque é tão radical a diferença entre ambas, são tão opostas, que a transição terá de ser forçosamente tempestuosa, tremenda em muitos sentidos, sangrenta com toda probabilidade.
Saudações
O Viajante

(texto adaptado, retirado do site Esotherika)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Natal num sorriso


Ontem dei um pequeno presente a uma pessoa que diariamente nos assiste quando tomamos os nossos almoços. Quando lhe coloquei o presente à frente o seu rosto iluminou-se com um sorriso que valeu por todas as palavras que ela pudesse ter dito de seguida.
Natal é isto mesmo dar um pouco de nós para provocarmos sorrisos nos outros e depois guardarmos esses sorrisos durante o resto do ano.
Um bom e Santo Natal para todos os que visitaram o meu blog durante este ano que a felicidade inunde os vossos lares e que o próximo ano seja de muito amor e prosperidade.
Para todos os que fizeram comentários quero dizer-vos foram a fonte dos meus sorrisos. as luzes a iluminar o meu caminho.
Obrigada pela vossa amizade
Um abraço de Alma
O Viajante

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Beleza Interior


Apesar de toda a evolução civilizacional a nossa sociedade tem grande dificuldade em aceitar as diferenças.
Para não sermos discriminados passamos grande parte da nossa vida a tentar integrar-nos, ser reconhecidos e aceites pelos outros, preocupando-nos em encaixar num conjunto de padrões sociais.
Nos tempos actuais a boa imagem e sobretudo a beleza fisica são dois aspectos do individuo que poderão definir o seu papel e até estatuto social . Se a imagem se pode melhorar em muitos casos a beleza fisica, apesar dos avanços da cirurgia estética, poderá ser um objectivo inacessível para muita gente que não encaixa nos ditos padrões.
Em muitos casos, à guisa de palmadinha nas costas, dizemos que o mais importante não é a beleza exterior mas sim a interior sem nos apercebermos de que os outros percebem que não acreditamos naquilo que estamos a dizer.
Mas eu acredito nessa beleza interior, eu conheço muitas pessoas que apesar de não estarem ou não se considerarem dentro dos padrões de beleza física reconhecidos pela sociedade, emanam uma luz tão intensa que as tornam inevitavelmente amadas por todos.
Tal é o caso do protagonista do video que resolvi colocar nesta mensagem e que me emociona sempre que o vejo. Mal vestido, gordinho com os dentes tortos mas que num momento quase transcendente deixou sair toda a sua beleza interior e iluminou completamente o local onde se encontrava.


A Beleza interior existe quem tem olhos para ver que veja .



Saudações


O Viajante

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Socialização palavra bonita


Escola tradicional, escola em casa ou escola natural era o assunto em discussão no programa do Dr. Phil. No primeiro caso as crianças aprendem de acordo com o programa oficial, no segundo caso aprendem em casa de acordo com o programa oficial, ensinados pelos pais. No terceiro caso os pais deixam ao critério das crianças os assuntos que pretendem aprender.
Existiam varios grupos de pais inseridos nestas três correntes e até uma jovem-adulta que se dizia socialmente inadaptada por nunca ter frequentado o ensino tradicional.
Os principais argumentos das duas correntes não tradicionais são os riscos que os seus filhos correm quando frequentam as escolas normais, que como sabemos são elevados especialmente nos Estados Unidos e no caso da escola natural o facto de aprenderem matérias que não lhes vão ser úteis.
Um dos argumentos do dr Phil era que as crianças para além da falta de experiência têm o seu cerebro em formação e como tal não podem tomar decisões acertadas ou prever as consequências delas. Por outro lado ele achava que a socialização era importante na sua formação e no desenvolvimento do seu caracter.
Depois da escola na altura chamada primária e dois anos num externato , numa pequena vila de província, junto à família, aí venho eu para Lisboa com doze anos, para um quarto alugado, para continuar os meus estudos. Tive a felicidade de ter comigo uma irmã vais velha que me ajudou bastante e uma família que me recebeu em sua casa e me tratou como seu filho.
O Meu Liceu era o Gil Vicente na zona da Graça. Foi aí que eu fiz a minha “socialização” dando conta de coisas de que não fazia a mais pequena ideia e deparando-me com situações que eu tinha de resolver pior ou melhor.
Embora hoje em dia talvez por falta de tempo os pais se tenham demitido dessa função mas é da familia a responsabilidade de na primeira infância transmitir pelo exemplo e pela vivência, os valores éticos que irão marcar as nossas a atitudes e sobretudo as nossas decisões.
A escola deverá dar a instrução, ou seja, atribuir ao jovem um conjunto de competências que constituirá a formatação mental, que lhe permitirá mais tarde aceder a áreas mais especializadas.
Embora eu seja defensor da escola tradicional, acho que ela tem à partida dois defeitos:
A escola reflecte a estratificação social ou seja o sistema só é democrático pelo facto de estar acessivel a todos não pelo facto de dar a todos as mesmas oportunidades. As crianças que chegam mal alimentadas às escolas , ou os filhos de famílias com problemas ou onde os pais têm menos habilitações, não têm as mesmas capacidades de aprendizagem que os que vivem em famílias estaveis, estão bem alimentados ou em que os pais têm formação superior.
Por outro lado o programa oficial de ensino é definido por pessoas com grande formação que estão no fundo a definir um programa que é acessível aos seus filhos e menos acessível aos filhos dos menos habilitados, perpétuando as diferenças existentes na sociedade, em vez de as diluir.
No programa que fiz referência no ínicio os pais defensores da escola tradicional diziam que apesar dos riscos a socialização resultante da frequência dos estabelecimentos escolares era importante no desenvolvimento da personalidade dos jovens.
Socializar os jovens metendo-os todos dentro de uma casa e depois esperar que eles que se entendam e que daqui resultem individuos socialmente aptos é uma lotaria. E não me venham dizer que existem regras dentro da escola porque também existem regras nas penitenciárias e a socialização que lá se faz não será a melhor.
A par da instrução formal deveriam ser ensinadas aos jovens as técnicas necessárias a uma socialização saudável, que os faça evoluir no sentido de um melhor relacionamento com os outros na aceitação das diferenças sejam elas fisicas, étnicas, culturais, ou outras, evitando as situações de violência extrema que têm vindo a lume nas noticias e já deveriam ter feito soar alguns sinais de alarme neste nosso país de brandos costumes .
Saudações

O Viajante

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Crise qual crise?


No inicio da crise financeira o nosso governo disponibilizou uma garantia de 20 mil milhões de euros para que a banca portuguesa pudesse aumentar a liquidez, contraindo empréstimos no estrangeiro. A seguir nacionalizou o BPN, que como todos sabemos, tal como o BCP, andou metido em esquemas muito pouco legais.Depois o “policia”, que nunca sabe de nada, resolveu fazer uma “vaquinha “ para salvar o BPP, que especulava com as fortunas de uns quantos senhores importantes que claro não podem ficar a perder.
Pela voz dos seus mais altos representantes acompanhados por alguns membros do governo, o sistema bancário português veio a público dizer que estava tudo bem, que os nossos bancos não se tinham metido naquelas negociatas americanas, mas pelo menos quatro bancos acabaram por recorrer a essa garantia.
Quando a crise chegou à economia o governo não diminuiu os impostos das empresas, não lhes deu dinheiro, nem sequer pagou as dividas que tinha para com elas, antes criou linhas de crédito, ou seja colocou-as ainda mais nas mãos dos que foram responsáveis pela sua desgraça.
Atendendo a que os lucros da banca portuguesa foram nestes últimos meses de mil milhões de euros seria no mínimo aceitável que houvesse da parte dos bancos uma maior abertura no sentido de facilitar o crédito tanto às empresas como às familias.
Agora vem o senhor Primeiro Ministro apelar aos bancos para “ajudarem” a economia .
Mas então nosso “primeiro”, não foi o nosso dinheirinho que foi para os bolsos dos banqueiros? Então ainda tem de apelar?
Continuamos de joelhos perante esses senhores que descaradamente enchem os seus cofres e mantem os seus salários obscenos à custa de um povo com cerca de dois milhões de pessoas à beira da pobreza e que enfrenta uma crise, criada por eles, que se calhar nem daqui a dez anos estará resolvida .
Se o sistema está podre temos que desenvolver um novo sistema económico que não adultere as leis do mercado e que crie laços de confiança entre os seus agentes .
Talvez em vez de estarmos preocupados a tentar salvar as instituições deveriamos antes ter substituido as pessoas. Depois de uma trajédia desta dimensão é lamentavel que nem as moscas mudem.

Saudações


O Viajante

domingo, 7 de dezembro de 2008

A Salamandra propôs um desafio e ao fim de algunas dias de espera e umas horas de grande trabalho mental aí vai o resultado:

1 - És homem ou mulher? ---“I’m your man"– Leonard Cohen
2- Descreve-te. ---“I Still Haven't Found What I'm Looking For" - U2
3- O que as pessoas pensam de ti? ---“Old and Wise” – Alan Parsons
4- Como descreves o teu ultimo relacionamento?--- “Total Eclipse of the Heart” - Bonnie Tyle
5- Descreve o actual estado da tua relação. ---“ Don't Let It End” - Styx
6- Onde querias estar agora? ---“Under the Milky Way" - The Church.
7- O que pensas a respeito do amor? ---“Eternal Flame” - The Bangles
8- Como é a tua vida? ---“I Wouldn't Have Missed It For The World” - Ronnie Milsap
9- O que pedirias se pudesses ter um desejo? ---“Send Me An Angel” - Real Life
10- Escreve uma frase sábia. ---“ Amanhã é sempre longe demais” – Radio Macau

Saudações

O Viajante

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

"Aqueles que esquecem o passado estão condenados a repeti-lo"


Se queremos contruir o futuro não podemos deixar de ter em conta as experiências do passado. Ao que parece os pais fundadores da democracia americana tinham um percepção correcta em relação à natureza das instituições financeiras mas foram silenciados pelos aurautos do milagre económico chamado capitalismo.
Em Janeiro de 1815 Thomas Jefferson escreve a James Monroe uma carta onde já nessa altura coloca as sua preocupações sobre esse tipo de entidades e que eu traduzi espero que bem:
“Se o povo americano alguma vez permitir aos bancos o controlo do valor da sua moeda, primeiro através da inflação depois através da deflação, os bancos e as empresas que crescem à sua volta irão privar o povo do todos os seus bens até que os seus filhos fiquem sem–abrigo num continente que os seus pais ocuparam. O poder de valorizar o dinheiro deve ser retirado das mãos dos banqueiros e entregue ao Congresso e ao povo a que pertence. Acredito sinceramente que as instituições bancárias com o poder de valorizar a moeda são mais perigosas para a liberdade do que os exércitos permanentes.
Estamos tão dependentes dos bancos que temos que fazer o que eles querem.
Temos de destruir o controlo que as instituições bancárias exercem sobre as mentes dos nossos cidadãos ou então seremos nós destruidos por ele."

Saudações

O Viajante

domingo, 30 de novembro de 2008

Cidades pela vida contra a pena de morte



Quando alguém diz que a vida é sua e que faz dela o que quiser, isto só demonstra que ele não tem a mínima ideia do que está a falar.
A vida é algo que nos foi dado para fazermos um caminho. Temos de a proteger, gerir bem e em circunstância alguma temos o direito de a destruir, seja a nossa seja a dos outros.
A condenação à morte de um criminoso não tem nada a ver com justiça mas tem tudo a ver com vingança, olho por olho dente por dente. Isso era lei há três mil anos, hoje pretendemos ser pessoas diferentes temos uma carta dos direitos humanos elaborada pela ONU mas continuamos a torturar e a executar prisioneiros. A autoridade moral que nos devia tornar diferentes é substituida pela necessidade imediata de informações ou de fazer “justiça” para que as famílias da vítimas possam apenas fechar o ciclo de ódio, porque a paz só se encontra no perdão.
“NÃO À PENA DE MORTE”.


Saudações



O Viajante

Não me chega uma vida


Sempre achei que setenta ou oitenta anos era muito pouco tempo para evoluirmos desde seres inclinados para a terra até seres definitivamente ligados ao Céu
Por outro lado o facto de sermos condenados ou glorificados só por esta vida é uma situação que considero injusta e nada conforme com o Deus que eu amo e conheço.
Tornando a usar o principio da sintonia verifiquei que a reencarnação era uma constante em quase todas as correntes religiosas. Na religião Cristã ela não aparece porque foi retirada da doutrina oficial da igreja no concilio de Niceia.
Apesar disso existem algumas “fugas” de informação no novo testamento. Quando um dos discipulos disse a Jesus que os judeus não acreditavam que ele era o Messias porque o Antigo Testamento dizia que o profeta Elias havia de voltar à terra antes da vinda do Messias para preparar o seu Caminho, Jesus disse referindo-se a João Batista mas ele já veio.
Mas afinal como funcionará este esquema cosmico de evolução ?
Faço-vos uma proposta, pensem numa ilha linda – Antilia - onde nunca a noite acontece porque existe sempre brilho constante no céu. Nela habitam seres de luz, os Antilianos, que se comunicam telepáticamente alimentando-se da energia que os liga e cujo único objectivo é evoluirem para o mais elevado nivel de vibração, elevando assim a sua comunidade e aumentando a capacidade para ajudarem outras ilhas.
Mas para poderem evoluir os Antilianos têm de sair de Antilia e viajar para outra ilha - Tanmar - onde passam períodos de aprendizagem.
Claro que a decisão da viagem e o plano de aprendizagem é de cada um mas como todos estão ligados embora seja um decisão individual ela é simultaneamente um decisão colectiva já que tal como num organismo nenhuma das suas partes funcionais irá por em causa outra sob pena de causar a sua própria destruição.
Mas Tanmar e Antilia são diferentes pelo que os antilianos quando chegam a Tanmar têm que usar um equipamento especial que os adapate ás condições do novo lugar e permita inter-agir com o ambiente. Trata-se de um equipamento individual chamado corpo.
Contudo o corpo tem uma composição muito densa que impede a comunicação telepática quer com Antilia quer com todos os outros antilianos que se encontram em Tanmar a fazer a sua apredizagem .
Por isso o corpo vem com um processador chamado cérebro que permite a comunição com os outros antilianos em Tanmar mas mas não consegue comunicar com Antilia. Embora reduzido na sua capacidade o cérebro está ligado a um servidor a “consciência planetária” que lhe envia um ficheiro oculto “o Karma” que contem informação sobre as aprendizagens anteriores. Este ficheiro interage com a informação que for colocada durante a aprendizagem corrente e também com ficheiros tepáticos especiais chamados de “inter-acção especifica”.
Estes ficheiros permitem uma relação de interacção especial do antiliano que chega a Tanmar com outros já residentes ou que ainda estejam para vir. Têm como base contactos efectuados antes da partida de Antilia e têm como objectivo eliminar o Karma colocado pela “consciência planetária” .
Pelo facto dos programas que gerem o cérebro só conseguirem ler os ficheiros telepáticos especiais a esmagadora maioria da informação referente a Antilha deixa de estar acessivel, pelo que não recordamos nada de antes da chegada a Tanmar. Passamos a ter de jogar com as novas características e limitações resultantes da confinação ao corpo e de estarmos num lugar tridimensional. Temos sobretudo de aprender a gerir os meios que dispomos para atingirmos os objectivos que vamos descobrindo conforme vai decorrendo a estadia em Tanmar.
Mas este percurso tem riscos que estão relacionados com outros ficheiros de controlo do cérebro que se chamam, instintos, medos e livre arbítrio, que podem provocar uma má leitura de algum ficheiro de “inter-acção específica” levando a situações limite que vão desde a não eliminação do Karma até à interrupção da aprendizagem devido à morte do corpo.
Felizmente que na maioria dos casos o tempo de aprendizagem programado é cumprido e o antiliano volta à sua ilha mais elevado em termos vibratórios .
Ao fim de algum tempo caso seja útil esse antiliano começará a preparar uma nova viagem a Tanmar e o processo continuará até que seja atingido um estadio de tal maneira elevado de evolução que dispense essas viagens.

Saudações

O Viajante

sábado, 29 de novembro de 2008

Mais uma vez a violência




Sempre que acontecem situações como a que aconteceu em Bombaim, as questões que imediatamente se colocam é quem fez, porque razão?
O facto dos indianos suspeitarem do envolvimento dos paquistaneses torna logo a situação delicada, por serem dois paises que actualmente possuem armas nucleares que se têm envolvido em vários conflitos desde 1947,altura em que ficaram independentes dos britânicos.
Depois porque a solução para a razão desses conflitos, a provincia de Caxemira, estava a ser discutida pelos governos indiano e paquistanês e fica em causa perante todas estas suspeições.
Afinal quem serão estes homens os "muajjaidin do Decão" um grupo até agora desconhecido?
A India já enfrentou ataques de extremistas no passado, inclusivé a primeira ministra Indira Gandi foi assassinada por dois elementos Siks da sua guarda pessoal . Contudo o presente ataque tem alguns aspectos que demonstram a existência de uma organização sofisticada.
Começemos com o nome do grupo “os muajjaidin do Decão”. O Planalto do Decão é uma zona do sul da India que durante muito tempo foi habitado por uma população predominantemente muçulmana que por razões religiosas depois da independência da India que se refugiou no Paquistão. Hoje em dia a comunidade muçulmana na India são cerca de 130 milhões de pessoas, assim com esta designação o grupo pretende dar a ideia de que são muçulmanos da India a lutar por uma causa, desviando a atenção do vizinho paquistão, que aliás já se demarcou desta situação, atitude que foi seguinda pelo grupo muçulmano que luta pela independência de Caxemira.
Os objectivos do ataque são na minha opinão económicos, já que foram atacados “centros de negócios “ onde se reunem empresários de todo o mundo e a própria cidade é designada como a capital económica da India; e geo-politicos já que existe vontade por parte de determinados sectores paquistaneses de islamizar a região.
O ataque demonstra treino militar, foi preciso, sincronizado e pretendeu atingir quase simultaneamente pelo menos 7 objectivos, o que põe em evidência um grau de organização e um bom sistema de comando e controlo. Um responsável das forças de segurança indianas declarou que os elementos do grupo que ocuparam um dos hoteis, aparentavam ter um conhecimento perfeito do edifício.
Se tivermos em consideração que em quatro desses objectivos foram tomados reféns, então poderemos assumir que os grupos que procuraram controlar esses locais deveriam ter um efectivo mínimo de 25 elementos o que mesmo assim é manifestamente insuficiente para controlar um hotel com 400 quartos como é o caso do Taj mahal.
Os restantes incidentes foram, na minha opinião, manobras, ou para impossibilitar uma resposta rápida e eficaz das forças de segurança indianas, ou para dar um toque de massacre a anti-semitismo, procurando ligar esta situação ao radicalismo islâmico da "alcaeda", e conseguir alguma simpatia a nível internacional. Com excepção do centro judaico, foram na minha opinião realizadas por equipas de dois ou três elementos, ou seja . poderemos estamos a falar no total de mais de cem atacantes.
Apesar da sua organização os atacantes estavam apenas armados com espingardas automáticas e granadas, não dispondo de equipamento pesado ou explosivos ,o que poderá demonstrar alguma dificuldade logística a esse nivel ou então foi uma decisão relacionada com o objectivo final da operação.
Quando olhamos para a India enquanto a maior democracia do mundo estamos a esquecer a India das casta, a India dos indus, dos muçulmanos, dos Siks. Este ataque talvez pretenda desestabilizar essa India esquecida, das diferenças e claro destruir a India potência económica emergente.
Depois temos a situação geo-política em que o Paquistão, outra democracia com muitas diferenças internas, tenta assumir o papel de potência defensora do Islão na reagião e que por isso tem apoiado os afegãos desde de sempre, primeiro na luta contra os russos e agora contra a Nato, e que pretende chamar para a "Jhad" os 130 milhões de muçulmanos da India.
Apesar de em função dos objectivos ter sido de imedito assumido que os assaltantes pretendiam atacar interesses e pessoas ocidentais, até à data dos perto de duzentos mortos apenas seis são ocidentais, veremos no fim se era esse o objectivo
O maior numero de vítimas, cerca de oitenta, morreram na estação de caminhos de ferro e são na sua maioria indianos. Por outro lado as forças de segurança reconhecem que a falta de planeamento no resgate dos reféns nos dois hoteis, poderá ter levado à morte acidental de alguns.
Daqui a alguns dias as informações serão mais extensas e poderemos ter conclusões mais precisas, mas nunca é bom para os vizinhos que hajam dois paises que se confrontem com armas nucleares. Talvez a China, como já uma vez o fez, ponha estes dois na ordem.
Saudações
O Viajante

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Não tenho palavras


De facto a América é o país das oportunidades onde tudo é possível.
Depois de como governador do estado do Texas George Bush ter mandado executar 152 de pessoas, resolveu naquele espírito que lhe é característico de cristão renascido, indultar um peru de ser morto e comido no dia de Acção de Graças, que vai ser celebrado por esta altura. A feliz ave de seu nome “Pumpkin” será a grande figura da parada do Dia de Acção de Graças da Disneyland onde ficará até ao fim dos seus dias.
Os grupos de defesa dos animais saúdam o gesto.
Direitos humanos isso é coisa para o Darfur.
(preciso rapidamente de um comprimido para o enjoo)
Saudações
O Viajante

A Idade do Espirito


Eu talvez seja a pessoa menos habilitada a falar sobre este assunto, pelo que peço perdão por qualquer incorrecção, às muitas pessoas e entidades que trabalham neste e no outro plano para a sua divulgação.
Tem tido muitas designações o tempo que se aproxima: Nova Era, Era do Aquário, Idade do Espírito, Tempo da Nova Energia, Era da Luz.
Talvez porque essa tenha sido a designação que me acompanha há mais tempo irei chamá-lo de Idade do Espírito.
Desde os anos 50 do século passado que têm surgido algumas mudanças no planeta, nos seus habitantes e na consciência planetária que de acordo com alguns especialistas começa a apresentar características “Cristicas”.
Os seres humanos começam a relembrar capacidades esquecidas, o religioso começou de novo a ocupar um espaço que no início do século tinha sido ocupado pelo laicismo e pelo cientismo.
Até a ciência e a religião estão a encontrar caminhos de entendimento e tolerância nunca vistos numa sociedade como a nossa dividida entre o Mythos e o Logos.
As sociedades secretas abrem as suas portas e em todo o planeta diversas Entidades Cósmicas, Instrutores e Mestres Ascensos, canalizam através de humanos um conjunto de informações para o novo tempo que se avizinha.
Muitas são as fontes portanto temos de usar de algum discernimento para avaliarmos a sua credibilidade. Eu sigo o princípio da sintonia ou seja quando apesar das pequenas diferenças as grandes linhas são coincidentes, eu aceito o que diz a fonte.
Como se trata de um assunto muito extenso estou a pensar faze-lo em vários capítulos que irão abordar: as profecias, os receios dos nossos cientistas, as mudanças planetárias em curso e os possíveis cenários.
Temos pela frente tempos que serão difíceis, muitos de nós terão que mudar de plano para regressarem adaptados ao novo nível vibratório do planeta, mas assistiremos com certeza à construção de uma “nova terra” que como qualquer nascimento terá as suas dores de parto.

Saudações

O Viajante

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Tudo bons rapazes



Embora a minha formação seja na área das ciências sociais, adoro relações internacionais e dou atenção a muitos programas que falam dessa área. Num dos canais da televisão estavam a falar de uma nova arma pessoal que equiparia o soldado do futuro e ao longo do documentário foram descrevendo as capacidades da arma. Por último o fabricante faz uma declaração que me deixou no mínimo espantado: “estamos a desenvolver um equipamento que vai salvar muitas vidas”.
Como é que um objecto desenhado e pensado para matar pode salvar vidas? Só na consciência triste e amargurada de quem o fabrica e que se limita a pensar em termos de empresa, grupo político ou país.
As Nações Unidas dizem que durante este Inverno em ligação directa com a crise económica vão ser ameaçados pela fome cerca de 750 milhões de pessoas em todo o mundo. Claro que ainda faltam incluir os outros milhões que com crise ou sem crise estão sempre ameaçados pela fome.
Como se sentirão os gestores financeiros gananciosos quando estiverem a celebrar o Natal com as suas famílias? Se calhar a sua consciência não os acusa de nada eles apenas cumpriram os objectivos que eram exigidos pelas suas companhias, quanto ao resto não têm nada que ver com isso.
Se um terço destas pessoas morrerem, estamos a falar de 250 milhões, ora por muito menos os Estados Unidos entram em guerra com o Iraque e Sadam Hussein foi deposto e executado.
Em 1989 uma Entidade Cósmica canalizada por um humano, entre muitas outras coisas, deixou o aviso que as instituições financeiras eram as piores organizações que existiam neste plano e que no novo milénio iriam causar muito sofrimento, pelo que devíamos evitar utilizá-las.
Pois eu sei que essa gente das armas e dos dinheiros são todos bons rapazes e que gostam de chegar a casa e sentirem que foram úteis para a sociedade, uns porque estão a contribuir para a defesa do seu país, outros que estão a contribuir para o desenvolvimento económico. Mas nestes negócios como noutros quaisquer, o interesse geral tem de sobrepor-se ao individual. Mercado sem regras é coisa que só existe nas mentes deturpadas de alguns indivíduos que depois do desastre se limitam a assobiar para o lado.
Mas a contabilidade Cósmica é infalível e como diz o nosso povo “cá se fazem cá se pagam”
Saudações
O Viajante

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ilha de Saturno


A Berlenga ou Berlenga Grande é a maior ilha do arquipélago das Berlengas, situado a algumas milhas da costa de Peniche. Ilha do Sonho ou de Saturno, já viu desembarcar vikings, mouros, espanhóis e corsários franceses e ingleses.
Por último os portugueses depois de uma reportagem da televisão em 1980, praticamente “invadiram-na” ao ponto de para sua salvaguarda ter sido declarada como reserva natural.
Nos anos setenta não era assim, apenas um pequeno barco a fazer carreiras diárias durante os três meses de Verão e na Primavera, altura em que a ilha ficava cheia de cor, apenas alguns privilegiados com barco próprio a podiam visitar.
Era possível acampar algum tempo, gozar das suas boas praias e sobretudo da sensação de estarmos num mundo diferente.
Como costumávamos dizer era uma ilha onde nos deitávamos ao som das pardelas e acordávamos ao som das gaivotas.
Havia um sentimento de comunidade e de entreajuda, na divisão dos mantimentos e no apoio aos que chegavam sem qualquer equipamento, julgando que lá existissem instalações turísticas para se abrigarem ou comerciais para comprarem o que necessitassem.
Mas este meu post é o reflexo do post colocado pela amiga Salamandra sobre os “feitiços da Lua”. Depois de o ler lembrei-me de uma noite maravilhosa, passada na Berlenga, com uma Lua enorme, transformando o mar em prata com laivos dourados da luz do farol, tudo isto acompanhado por um solo de flauta peruana lá em baixo junto à praia, que transportou a todos os que assistiram para outro planeta.
A “Deusa” dominou-nos completamente e desde aí as noites na ilha ficaram diferentes.
Hoje noutra ilha ainda sinto as noites de Lua como noites diferentes.

Saudações

O viajante

sábado, 22 de novembro de 2008

As mulheres e os homens



Tal como as naturezas do ser humano, homens e mulheres são complementares, logo por muito que queiramos nunca serão iguais.
Ás características físicas, bioquímicas e comportamentais que definem os dois géneros não se mantiveram imutáveis ao longo da evolução da espécie. Para além das primordiais relacionadas com a sobrevivência e reprodução, outras foram surgindo associadas a necessidades específicas ou aos modelos de integração social, algumas delas provocando até mutações que atribuiram capacidades diversas aos dois sexos.
Orientado para a defesa e alimentação do grupo, o homem exercia as suas actividades em equipa, com comando único, estabelecendo estratégias para derrotar adversários superiores em número ou em tamanho. Esta função dotou-o de grande força muscular e desenvolveu-lhe capacidade de trabalhar em equipa, o pensamento estratégico, a capacidade de orientação e mais tarde, depois da sedentarização, a manufactura de artefactos e ferramentas.
No grupo social à mulher era atribuida a procriação e protecção dos filhos e mais tarde, após a sedentarização, a agricultura e os trabalhos domésticos.
O facto de terem de trabalhar sózinhas protegendo os filhos, normalmente em grande número, dotou-as da capacidade para desenvolverem várias tarefas em simultaneo. Por outro lado como tinham de executar essa função em abrigos mal iluminados desenvolveram uma maior acuidade visual, uma maior percepção das cores e dos detalhes e um ângulo de visão lateral maior.
Claro que estamos a falar dos primordios porque até ao presente muitas mudanças socio culturais formataram um conjunto de características que podemos dizer que são femininas e outras que poderemos classificar como masculinas. Contudo hoje parece-me que apesar de podermos classificar esta ou aquela caracteristica como feminina ou masculina já não é tão seguro afirmar que seja exclusiva das mulheres ou dos homens.
A prova disso é que até alguns anos as forças armadas eram um território masculino e na actualidade existem bastantes mulheres, que por opção escolheram ser militares, recebendo formação específica, trabalhando em equipa, comandando, definindo estratégicas e até enfrentado situações de combate.
Por outro lado também existem homens que ”invadem” um espaço inicialmente exclusivo das mulheres como por exemplo na costura e na decoração, e são costureiros e decoradores de renome, revelando uma sensibilidades para as cores e para os detalhes.
Hoje em dia talvez os sexos se definam cada vez mais pelo seu lado fisico e bioquimico porque com a alteração dos papéis em termos sociais as caracteristicas comportamentais deixam de ser inerentes a um ou a outro.
Ainda bem agora já posso chorar !!!



Saudações


O Viajante

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A Teoria da Conspiração


No outro dia assisti à recepção da senhora ministra da educação numa escola do norte e pensei: que desperdício, com a crise económica em que vivemos e os miúdos atiram ovos à ministra.
Contudo mais tarde estive a pensar que esta atitude dos nossos governantes de, apesar das manifestações de protesto, continuarem a manter as políticas que idealizaram para resolver os problemas do país, tem talvez uma razão mais profunda, que inicialmente não me tinha ocorrido.
O nosso primeiro deve ter engendrado uma fórmula para matar dois coelhos duma “cajadada”, continuando por um lado a levar a cabo as suas reformas e por outro a lutar também contra a crise. O apoio à indústria poderia ser problemático porque praticamente nada produz para o mercado nacional. Apoiar o comércio seriam na maioria lojas chinesas e os produtos poderiam ter alguns químicos que fizessem mal à saúde. Resolveu virar-se para a agricultura e então pensou em ajudar primeiro os avicultores que estiveram em crise por causa da "gripe das aves" e como era chato a ministra ser atacada a frango, os jovens estudantes, induzidos através de mensagens misteriosas de telemóvel, compraram ovos e fartaram-se de “ovoacionar” a ministra. Tanto quanto pude apurar os produtores de tomates já se perfilam para serem os próximos beneficiados numa das visitas do ministro Pinho às minas de Aljustrel, depois das negociações falharem.
Claro que os produtores de melões já protestaram porque a sua fruta não será com certeza incluída neste quadro de apoio extraordinário à agricultura, na luta contra a crise.
Saudações
O Viajante

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Homem ser dual


Até na definição antropológica o ser humano é um ser dual. Dizemos que o ser humano é animal e racional. Ou seja, nós somos instintos e razão, yin e yiang, bons e maus.
Quando olho para estas duas naturezas a primeira coisa que sinto é complementaridade e não oposição.
Se a “Iluminação” enquanto estado elevado de consciência, segue a regra universal do equilíbrio e considerando que este estado é acessível aos humanos, então as duas naturezas têm de estar presentes sob pena de nunca o atingirmos.
Assim talvez o caminho que nos leva ao Uno não passe pela elevação do lado bom e a pela repressão do lado “mau”.
Vejamos por exemplo uma reunião de um grupo em que um dos elementos, um orador eloquente e até por vezes agressivo, que defende intensamente as suas ideias, pretende que a sua moção seja aprovada pelos outros, porque acha que a sua ideia seria a mais correcta. Ao fim de uma discussão acalorada de várias horas, ao ver que a sua proposta não foi aceite, o sujeito vira a mesa e tenta agredir um dos colegas.
A mesma reunião com os mesmos elementos, contudo no fim, o mesmo sujeito aceita a moção que foi aprovada e dispõe-se a trabalhar na sua execução.
A agressividade necessária à dinamização da reunião e o amor na defesa da sua ideia estão presentes nos dois casos só que no último a pessoa em questão temperou os outros dois aspectos com a tolerância que o levou a aceitar a ideia de outra pessoa como válida. Ele deixou de ser teimoso e violento e passou a ser dinâmico e produtivo.
O nosso caminho no sentido da iluminação tem que passar pelo equilíbrio das nossas baixas vibrações com as altas. E temos que ter consciência que mesmo um dia seres etéreos, poderemos ter baixas vibrações, que poderão influênciar os humanos mais vulneráveis e que são o principal obstáculo a que tanto nós como eles possamos olhar a Luz.

Saudações


O Viajante

sábado, 15 de novembro de 2008

Pessoa e a Vida


Hoje gostaria de partilhar convosco um poema de Fernando Pessoa, acerca da vida enquanto caminho da nossa evolução, que me foi enviado pela pessoa que eu amo.


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,

mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá a falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um 'não'.

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo


(Fernando Pessoa)
Saudações
O Viajante

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um Deus com dupla personalidade?




Existem diferenças fundamentais entre o Deus do antigo testamento e o Deus de que nos fala o Sr. Jesus.
De acordo com o que está escrito o Deus do Antigo Testamento é o Deus do “olho por olho dente por dente” que lançou sobre a “terra” o dilúvio do qual se salvou apenas Noé e a sua descendência, arrasou Sodoma e Gomorra apesar dos pedidos de Abraão, fazendo chover sobre elas enxofre. Lançou pragas sobre o Egipto, matou todos os primogénitos dos egípcios e destruiu o seu exército para que os israelitas pudessem sair daquele país. Mas como eles construíram um ídolo e afastaram-se Dele castigou-os fazendo-os vaguear pelo deserto durante quarenta anos até atingirem a “terra prometida” e depois de todo o trabalho realizado em Seu nome só permite a Moisés que a veja de longe.
O Deus de Jesus é o oposto, é o “Pai nosso que está no céu” que nos ama e que veio introduzir nas tábuas da Lei um mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amo”, inclusive os inimigos, é o Deus do perdão da bondade da segunda oportunidade. Colocou-se claramente contra muitas das leis religiosas e sociais vigentes e falou através de Jesus de coisas que eram absolutamente revolucionárias para a época.
Considerando que Deus é criador e portanto pre-existente aos homens ficamos com a ideia que ele evoluiu de Deus dos Exércitos para Deus do Amor o que será inconsequente já que Deus “é” logo sempre perfeito e imutável.
Podemos também pensar que ele agiu de maneira diferente porque o “coração dos homens era mais duro” e como tal as leis teriam ser mais duras. Mas mesmo duro ele teria de ser justo e tolerante o que continua a ser incompatível com o discurso se não és por mim estás condenado, ou com as destruições em massa.
Também está escrito que Deus se arrependeu do dilúvio que lançou sobre a terra como se tivesse cometido um excesso ou um erro. Outra situação inconsequente já que como perfeito que é não erra.
Poderá também ter acontecido que os homens tenham criado uma imagem de Deus que legitimasse as suas leis punindo com a destruição os pecadores que não as cumprissem.
Ou então os escritos que chegaram até nós apresentam episódios ocorridos em circunstâncias especiais, como as pragas do Egipto, a destruição do exercito do faraó, a destruição de cidades, a exterminação de milhares de pessoas, que são entendidos como acontecimentos de origem divina, quando talvez tivessem resultado de acidentes naturais, ficcionados pela tradição.
Mas o mais interessante é que apesar da dureza do coração dos homens há dois mil anos ser ainda muita, surgiu através de Jesus o Deus do Amor, que não pretendia legitimar as leis dos homens antes pretendia mudá-las. Talvez tenha vindo repor a verdade dos factos e limpar a imagem do Deus punitivo do antigamente
O meu Deus é claramente este.
Saudações
O Viajante

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Em nome de Deus


Mais uma cena lamentável de intolerância religiosa aconteceu num lugar que devia ser um lugar santo. Na igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém duas confissões religiosas cristãs envolveram-se em agressões físicas, porque ambas pretendiam usar aquele templo para a realização dos seus rituais, templo esse partilhado desde sempre, até agora sem problemas.
No século 11 ao apelo do Papa, em nome de Deus e sobre o pretexto de protegerem os lugares santos, os cristãos partiram em cruzada para a palestina.
A primeira prova que demos de amor pelos outros e de respeito pelos lugares santos foi a conquista de Jerusalém, que foi pilhada, e a execução de todos os que se encontravam dentro da cidade. Depois disso matamos, pilhámos, roubámos durante mais de um século até que Saladino nos mandou de volta para casa. Contudo esta saga ainda continuou até ao século 16 tanto na Palestina como na Europa com a contra-reforma e a tão falada Inquisição.
Dois mil anos depois ainda se mata em nome de Deus. Mata-se indiscriminadamente na indonésia, na Argélia no Paquistão no Iraque. Homens mulheres e crianças muçulmanos inocentes, que apenas gostariam de viver e amar o seu Deus, são diariamente mortos pelos seus irmãos de credo, que os deviam amar e proteger, a pretexto de uma luta que não passa de uma tomada do poder como qualquer politico agnóstico faria.
Como não existem guerras justas também não existem assassínios em nome do estado ou em nome de Deus. Existem apenas assassinos, pessoas sem espírito que tentam acalmar a sua consciência, arranjando uma razão que justifique a vontade que têm de tirar a vida dos outros e homens sedentos de poder pessoal que os doutrinam, controlam e instigam a fazer isso.
Esquecem-se os cristãos do mandamento “não mataras” e os muçulmanos também se esquecem de que a “Gihad” é feita na defesa da fé e nunca contra homens desarmados, mulheres e crianças, muito menos muçulmanos?
Contudo em acredito que a verdade tal como o azeite virá ao de cima e os que cumprirem o que Deus manda serão recebidos na luz, porque está escrito que não é o que bate no peito e diz Senhor Senhor! que entrará no Reino dos Céus, mas aquele que ouve a palavra e a põe em prática.
Saudações
O Viajante

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O pecado e a virtude






O pecado e a virtude são duas palavras muito utilizadas no léxico judaico-cristão. Embora opostos e portanto equivalentes de sinal contrário a sua massa crítica é fundamentalmente diferente. Virtude é um estado resultante de um conjunto de acções tidas e sentidas como boas. Pecado pode ser estado mas normalmente é visto como acto praticado não conforme com o bem.
Para podermos avaliar as situações decorrentes da utilização destes termos importa pois definir o que é o bem e o que é o mal.
Embora todos os grupos humanos mesmo civilizacionalmente diferentes, tenham princípios definitórios do bem e do mal idênticos existem algumas diferenças que muitas vezes estão ligadas a situações sócio culturais.
A noção de casamento monogâmico e fidelidade conjugal defendida pelas correntes cristãs como a atitude correcta em contraposição ao adultério, difere da muçulmana em que é permitido ao homem ter até quatro esposas e como tal esse pecado deixa de ter sentido.
Enquanto que a caridade para com os pobres é um acto virtuoso para muitas confissões religiosas, para os hindus organizados por castas não é permitido contactar de qualquer maneira e muito menos ajudar os chamados “intocáveis”. Será que perante Deus o pecado e a virtude dependem do facto de ser cristão, muçulmano ou hindu?
Ao que parece, mais do que uma definição universal quase transcendental de pecado e da virtude, torna-se necessário que o actor tenha consciência da maldade ou bondade do acto que pratica.
Mas sendo assim, se eu, porque tenho problemas mentais, cometo um crime, e não tenho consciência desse acto, perante Deus não pequei, ainda que tivesse assassinado alguém.
Contudo se a tomada de consciência é condição necessária, então só poderemos responder pelos nossos actos conscientes e como tal o tradicional “pecado original” praticado por Adão e Eva não será mais do que isso, algo de muito original.




Saudações






O Viajante

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Forças Armadas debaixo de fogo



Ao fim de quase cem anos e com pelo menos 15 anos de guerra, treze dos quais em três frentes, as Forças Armadas Portuguesas, ainda “imbuídas de grande espírito de sacrifício” continuam a ser enviadas, tal como em 1916, para cenários de guerra, sem o equipamento adequado, porque os nossos políticos, tal como dantes, estão em biquinhos de pés para aparecerem na cena internacional.
Enviámos pessoal para Timor e fomos comprar à pressa uns quantos humvees que estavam preparados para a guerra no deserto e não para o clima tropical.
Depois no Afeganistão os nossos “Comandos” utilizaram, enquanto as que tinham vindo de Timor eram reforçadas, viaturas idênticas aos humvee contruidas em Espanha, tendo sido numa dessas viaturas que tivemos as nossas únicas baixas devido ao rebentamento de uma mina.
Foi-se ao cumulo de enviar elementos da GNR para o Iraque que no ínicio usaram vituras não blindadas emprestadas pelos italianos, até que receberam as que tinham sido adquiridas pelo estado português.
Não sei o que diz a lei da programação militar, mas a percepção do comum dos cidadãos é que a marinha não tem barcos para fazer a busca e salvamento, quanto mais para fiscalizar aquilo a que pomposamente chamamos a nossa zona económica exclusiva, que está completamente a saque pelas frotas estrangeiras que destroem os nossos recursos.
Que estamos a melhorar os nossos aviões F16 para depois os vendermos, e ficarmos com os que não estão melhorados.
Que os patrulhas oceânicos de que a nossa marinha necessitava há dez anos estão desde 2005 a enferrujar na doca dos estaleiros de Viana do Castelo.
Que os novos helicópteros “Merlin” não traziam sobressalentes o que levou que ao fim de alguns meses só um terço dos existentes estivessem a funcionar, obrigando a Força Aérea a reactivar os “Pumas”.
Que o orçamento da defesa nacional tem um “buraco” de 100 milhões que segundo algumas fontes se deve ao facto do Ministério das Finanças sub-orçamentar deliberadamente para controlar as despesas dos militares.
Para além de tudo isto agora temos o novo capítulo: o ataque aos “privilégios” dos militares. Na tentativa de nivelar tudo por baixo o governo acha que de facto eles não passam de funcionários públicos.
Existe já um certo mal-estar mesmo das chefias militares e até de alguns políticos que ainda se lembram do papel que os militares tiveram na situação política actual.
Por fim vem o Ministro dos Negócios Estrangeiros a público dizer que se a Nato precisar de mais militares portugueses que o governo está disponível.
Mas afinal que querem os nossos responsáveis? Continuarem a usar as Forças Armadas como instrumento de política externa e de prestígio a nível internacional, sem quase investirem um euro. A sua postura em relação aos militares vai ter de mudar, não bastam espectáculos televisivos de partidas e regressos, não bastam homenagens ao mortos, importa dar a estes portugueses que optaram por servir o país mais dignidade.
Parece que de 1916 para cá nada mudou e que os políticos só entendem os militares quando eles estão de armas na mão, assim foi em 1917 com Sidónio Pais, 1928, com Gomes da Costa e em 1974 com o “Movimento dos Capitães”. Talvez não acreditem mas a história é cíclica e o maior erro é pensar que ela não se repete.


Saudações


O Viajante

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

I Have A Dream (Martin Luther King)



E pronto o Barak Obama ganhou, fez-se história, na América tudo é possível, blá blá blá. Assisti a esta torrente de imagens e comentários que nos entrou por casa dentro. Acho que se os portugueses votassem para eleger o presidente dos Estados Unidos a abstenção teria sido menor.
Acredito que ele tente mudar as coisas no seu país, acredito sobretudo que ele tem vontade de fazer isso, mas quanto à politica externa não me posso esquecer que ele é o Presidente dos Estados Unidos e nunca irá pôr em causa os interesses dos seu país, o que diga-se de passagem é absolutamente legítimo.
O homem quer fechar Guantanamo, falar com os iranianos, sair do Iraque, aumentar a presença militar no Afganistão, criar um fundo para acabar com a pobreza a nível mundial, tomar medidas sérias na protecção do ambiente, criar um sistema de saúde que seja universal, legalizar os emigrantes, diminuir os impostos dos mais idosos, dar aos estados a hipótese de legalizarem, se assim o entenderem, casamentos homossexuais, dar mais financiamento aos estudos sobre a utilização de células estaminais e regulamentar as actividades financeiras.
É de facto uma mudança ambiciosa e apesar de eu acreditar que a América não mudou assim tanto só porque elegeu um presidente afro-americano chamado Barak Hussain Obama, dou o benefício da dúvida a mais este homem que tem um sonho. Espero que ele consiga e que de facto a América tenha mudado e as pessoas não morram só por terem sonhos
Boa sorte Presidente Obama
Saudações
O Viajante

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Os bombeiros nunca chegam a tempo











Ao fim de 25 anos de serviço nos Bombeiros e centenas de intervenções só me recordo de duas situações em que a pessoa que pediu o socorro disse à nossa chegada que tínhamos vindo rapidamente.
Eu sei que para quem tem um familiar em risco e aguarda durante dez ou quinze minutos por uma ambulância ou quem tem a sua casa em chamas e aguarda durante vinte minutos a chegada de uma viatura de incêndio, parece uma eternidade. Por isso temos de ter presença de espírito para ouvir as críticas e entender o desespero das pessoas.
Claro que os elementos dos bombeiros também têm as suas características de personalidade que podem, por falta de experiência ou até algum nervosismo, provocar conflitos, que numa situação de sinistro são de todo de evitar.
José Alexandre, mais conhecido pelo “Zé Barra” praticamente “nasceu” nos bombeiros. Bombeiro de segunda geração filho de outro José Alexandre que foi para mim uma referência quando entrei para os bombeiros em 1977. Tal como o seu pai o “Zé Barra” dizia o que pensava e punha por vezes muita emoção nas discussões especialmente sobre bombeiros, dava a ideia que “fervia em pouca água”.
Um dia de madrugada a sirene tocou, era um incêndio na vila de Ferrel uma localidade do nosso concelho.
A situação era complicada, um incêndio numa garagem na parte debaixo da casa impedia uma senhora grávida e duas crianças que se encontram no primeiro piso, de sair do edifício.
O Zé saiu a chefiar a primeira viatura e ao que parece quando chegou ao local o dono da casa, que se encontrava no exterior, chamou-lhe a ele e à guarnição todos os nomes de que se lembrou porque tinham demorado muito tempo a chegar.
Aí o Zé superou-se, manteve a calma e agiu como bom operacional que era. Avaliou a situação e de imediato com a sua guarnição procedeu ao salvamento das pessoas e à extinção do incêndio, não dando sequer atenção aos insultos. Quando cheguei ao local a situação estava praticamente resolvida.
Nesse dia à tarde o dono da casa foi ao quartel pedir desculpa e o Zé disse-lhe que não tinha que pedir desculpa que compreendia que ele estava numa situação difícil daí ter dito tudo aquilo.
Boa Zé nesse dia, se eu ainda alguma dúvida tivesse, convenceste-me que a herança do José Alexandre pai estava bem entregue.

Um abraço


Saudações

O Viajante

domingo, 2 de novembro de 2008

Arte o alfa e o omega


Segundo a minha colega Teresa, especialista na área, uma das caracteristicas da arte é desafiar os limites, desmontar fronteiras ou seja à arte tudo é permitido pôr em causa.
Existem contudo duas questões que me preocupam:
Quem define o que é arte e quem define quem é artista?
Serão por acaso os críticos de arte ou a rede comercial constituida pelas galerias que publicitam os autores e vendem as obras que definem o que é arte e quem é artista?
Se um critico bem conceituado fizer uma critica positiva a uma determinada obra é uma caminho garantido para que o autor possa ter sucesso.
Se determinada galeria patrocinar uma exposição de obras de um autor isso leva ao seu reconhecimento publico e à entrada no circuito comercial.
Será o público? Se for o público que número de pessoas será relevante para atribuir esse estatuto?
Arrisco portanto a dizer que artista não é o que pinta ou esculpe bem mas o que é reconhecido e para isso existem todo um conjunto de esquemas de marketing que vão de alguma forma influênciar o juizo de valor que as pessoas fazem dele.
Nero para se inspirar na composição das suas canções largou fogo a Roma, considerava-se um artista. Hitler apreciador de arte, que “adquiriu” por toda a Europa, tinha ambições de transformar Berlim numa cidade diferente, destruiu bairros inteiros mudou milhares de pessoas para construir a capital à sua imagem , não sei se se considerava um artista mas com certeza que os críticos de arte alemães da época o consideravam .
Á tempos numa galeria houve um “artista” que manteve um cão preso até morrer à fome, parece que era uma obra de arte.
Assim o estatuto de artista atribuido por não sei quem e talvez nem sempre pelas razões correctas colocam nas mãos de um homem um poder que nem os ditadores mais empernidos têm, com a agravante de que aparentemente não tem de responder por ele.
Eu sei que porque criam gostariam de ser deuses mas não passam de reflexos da centelha divina que existe em todos nós. Humildade para reconhecer que o seu dom criativo é ao mesmo tempo algo de maravilhoso mas tambem uma missão e temperar isso com bom senso, será a receita ideal para deixar de por em causa tudo apenas pelo prazer de derrubar, porque nem tudo o que é novo se constroi sobre as ruinas do que é antigo.
Saudações

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tudo na mesma


Em Fevereiro 2008 a DECO vinha a público apresentar um estudo sobre os “spots” publicitários de alguns bancos que apurava que estas entidades apostavam em produtos e designações que sugeriam “remunerações aliciantes”, mas a maioria manipulava os números “vendendo” a uma taxa que não correspondia à taxa real.
A DECO esperava a intervenção das entidades competentes nomeadamente o Banco de Portugal, a Direcção Geral do Consumidor e o Instituto de Seguros de Portugal, na fiscalização das regras para este tipo de produtos, que considerava claramente como um caso de publicidade enganosa.
Em Junho de 2008 novo estudo da DECO chegava à conclusão que “a publicidade do crédito ao consumo procurava camuflar os verdadeiros custos do empréstimo, com as instituições financeiras a destacar a facilidade da contratação”. De acordo com aquela entidade, algumas instituições de crédito não se preocupavam em cumprir a lei e não indicavam a taxa anual de encargos efectiva global (TAEG) que iria permitir comparar propostas de crédito de outras instituições.
Em Julho 2008 a Procuradoria-Geral da República considerou abusiva a cláusula dos arredondamentos e decidiu avançar com acções contra os bancos.
Em Agosto 2008 o Governo proibiu os bancos de procederem a arredondamentos abusivos das taxas de juro nos créditos à habitação.
Outubro de 2008 a DECO depois de um estudo efectuado em 331 agências de 16 instituições bancárias concluiu que os bancos “não dão informação geral obrigatória sobre tipos de empréstimos, garantias e opções de reembolso, entre outras, numa fase inicial da negociação", como deveriam fazer de acordo com a lei e instruções emanadas do Banco de Portugal.
Ao fim de um ano de telenovela, depois da bronca doméstica do BCP, do desastre de Wall Street e do aval do estado onde anda o Dr. Constâncio? Quando vamos chamar à responsabilidade esses senhores que deveriam supostamente vigiar e fiscalizar o sistema?

Saudações

O Viajante

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A mágica das rupturas sociais.


As rupturas sociais são situações dramáticas que acontecem na ordem social dos grupos humanos, que de uma forma radical colocam em causa o “status quo”, criando novos quadros de valores e definindo novas formas de relacionamento.
Apesar dos problemas sociais que provocam, estas mudanças bruscas têm algo de mágico já que fazem desaparecer umas coisas e surgir outras.
Quando a Alemanha se rendeu no fim da segunda guerra os nazis tinha desaparecido todos só existiam anti-nazis. Em Itália com a morte de Mussolini dum momento para o outro o país ficou sem fascistas. Em Portugal no dia 26 de Abril de 74 surgiram quase 10 milhões de democratas.
Com a crise financeira então a mágica tem sido mais apurada. Os lucros fabulosos das instituições financeiras como que por encanto desapareceram, com eles foram os neo-liberais. Os responsáveis dos governos passaram todos a intervencionistas e por último os bancos já não têm accionistas só clientes.
Como diz o povo: “cantam bem mas não me alegram”. Quem ouviu a conversa dos gestores dos principais bancos nacionais no último “Prós e contras”, até parecia que estávamos a falar de organizações de solidariedade social. Lá foram os senhores administradores, ainda com os mesmos ordenados milionários de antes da crise, dizendo que os bancos estavam bem, que o aval do estado era apenas uma segurança para as transacções com os outros bancos, mas que em principio talvez não fosse necessária a utilização daquela garantia. Passadas duas semanas alguns desses senhores já colocam a hipótese de utilizar até 90% da garantia dada pelo estado português.
Será que os bancos vão pagar pela utilização do aval do estado o mesmo que eu enquanto cidadão pago por uma garantia bancária?
Depois vieram com a conversa dos depositantes, dos clientes num “mamar doce” que na prática se traduz em perfeitas “mafiosisses” para extorquir o máximo.
Como a que aconteceu com um colega meu que estava a construir um edifício e como não conseguiu utilizar todo o capital que tinha solicitado dentro do período estipulado, foi ao “seu” banco, e quando digo seu estou a falar do banco onde sempre foi cliente, onde tem os seus depósitos, através do qual tem feito os seus negócios, e solicitou uma prorrogação. Qual não foi o seu espanto quando reparou que a autorização vinha com um aumento de “spred” de 100%. Como tinha capital prontificou-se de imediato a pagar a parte já utilizada e a finalizar ali o contrato de financiamento o que fez recuar os responsáveis do banco.
Isto aconteceu com alguém com capacidades de reagir se fosse outra pessoa sem capital próprio teria de continuar o empréstimo, ou não concluía a obra, mesmo com o “spred” 100% mais caro.
São estes senhores que têm duas horas e meia de tempo de antena em horário nobre na televisão que todos nós pagamos, têm um aval do estado com o nosso dinheiro para aumentarem os seus lucros ao passo que o comum dos cidadãos que nem dinheiro tem para pagar a casa, não têm voz nem aval.


Saudações

O Viajante

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Os autarcas e as infra-estruturas


Como dizia Mário Soares cada país tem os políticos que merece. Se essa máxima é válida para um país mais válida é ainda para uma autarquia.
Os nossos autarcas sabem que os cidadãos os vão avaliar nas urnas pela obra feita mas nem toda a obra vale os mesmo votos.
Reparar arruamentos, arranjar jardins, criar zonas de laser, construir equipamentos culturais e desportivos, apoiar instituições, festas e outros eventos populares são as acções autárquicas que maiores dividendos obtêm no acto eleitoral.
Talvez seja por isso que os responsáveis da administração local têm tão pouco interesse em investir nas infra-estruturas, nomeadamente na distribuição de água e nos sistemas de esgotos.
Em muitos municípios quando os responsáveis resolveram investir por exemplo numa barragem que iria garantir água durante todo ano, ou montar uma estação de tratamento de esgotos que iriam proteger o ambiente, não foram reeleitos para o mandato seguinte.
De facto a construção deste tipo de infra-estruturas altera a rotina das populações, corta estradas, abre buracos e então se for no inverno com a chuva é o caos total.
Depois de todas estas chatices, tudo o que foi feito fica escondido debaixo do chão e os autarcas deixaram de ter dinheiro para todas aquelas obras que de facto dão votos.
Quanto aos cidadãos já se esqueceram dos meses de verão com dias seguidos sem água ou da fossa no quintal com o seu cheiro característico só se lembram dos problemas das obras e do pavimento da sua rua que não foi reparado, do jardim do largo votado ao abandono, ou ainda de não ter havido verba para a costumeira festa do S. Martinho.
Daí que autarca que se queira manter não pode ter esta atitude suicidária e estará sempre à espera que antes dele surja um tolo idealista qualquer que se preocupe de facto com as pessoas, que veja para além dos quatro anos e que deixe um legado, que ele irá usufruir e utilizar a seu favor.
Como dizia Churchil a democracia é um mau sistema mas dos maus é o menos mau. Contudo eu acho que o problema não reside no sistema mas nos objectivos dos seus agentes. Se a ideia fosse servir esta questão das obras e dos votos nunca se colocaria.

Saudações

O Viajante

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Nicolas o galã




Ao que parece a Chanceler Angela Merkel fez saber ao ministério dos negócios estrangeiros francês, que não gosta das atitudes excessivamente carinhosas do seu homónimo francês, Presidente Nicolas Sarkosy.
De acordo com a mesma fonte a governante alemã prefere um aperto de mão e gostaria de evitar os beijos e a mão no ombro por parte do afectuoso presidente francês.
Este por seu lado defende-se com a sua personalidade e com o facto de todas essas manifestações serem apenas fruto do grande respeito e admiração que nutre pela sua colega.
Claro que esta situação foi de imediato desmentida pelos dois lados, contudo especialistas dizem que a rígida educação protestante da chanceler a leva a manter alguma distância nas relações sociais que se deviam, na sua opinião, limitar a um olhar ou no máximo a um aperto de mão.
Ao que parece a Primeira-dama da França não está nada preocupada com a situação.
Também era melhor, digo eu.
Saudações
O Viajante

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Quem tem medo de Sara Palin







Como diz o povo “pelo andar da carruagem vê-se quem vai lá dentro”, é esse o caso da candidata do Partido Republicano dos Estados Unidos a Vice-Presidente, a Sra. Sara Palin que tem um não sei quê que não se vê cá de fora mas que temo, quando se revelar, só nos fará ir embora (para outro planeta claro!).
Defensora da vida contra o aborto mas também da pena de morte e do direito a usar armas, considera que a educação sexual nas escolas deve ser dada no sentido de levar os jovens à abstinência sexual, mas não do álcool uma vez que enquanto mayor decretou o alargamento do horário de funcionamento dos bares da sua cidade.
Defensora da exploração petrolífera mesmo dentro da reserva ANWR (Artic National Wildlif Refuge), acha que isso do aquecimento global ser resultado da actuação humana “ainda “não está provado e também não está de sobre maneira interessada nos ursos polares nem nas belugas.
Defende a Teoria Criacionista porque é assim que vem na bíblia e como dizia um cómico americano olha para os Flinstones como se fosse um documentário.
Acha também que existem livros que não devem estar disponíveis nas bibliotecas públicas.
Mas o que me chocou mais foi a facilidade com que ela colocou a hipótese de uma guerra com a Rússia.
E lamentavelmente ela pensa como algumas dezenas de milhões de americanos talvez porque nunca viram as suas cidades destruídas como alemães, ingleses, japoneses e outros povos do mundo, têm a percepção da guerra como uma coisa distante, que se pode ver na televisão em directo como qualquer filme. Claro que as suas tropas combatem claro que os seus familiares morrem mas as suas mulheres e crianças e as suas casas e infra-estruturas estão protegidas.
Talvez a Sra. Palin pense que uma guerra com a Rússia seria na Europa e que os Estados Unidos enviariam pessoal e equipamento para a travar, que os mísseis seriam só dos Estados Unidos e que a Rússia seria rapidamente derrotada pela superioridade tecnológica dos americanos.
Quando vemos o que esta crise financeira provocou na economia mundial e nos circuitos de mercado, eu pergunto o que aconteceria se houvesse um conflito militar com a Rússia?
Esta estreiteza de pensamento conjugada com os outros princípios, alguns deles de um fundamentalismo impróprio num país que se define como campeão da democracia, causam-me alguns arrepios especialmente quando penso que a ser eleita vice-presidente, aquela senhora pode facilmente vir a ser um dia presidente da nação mais poderosa do mundo.
Se isso acontecer que Deus nos ajude!


Saudações


O Viajante

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Campanha para a presidência está de "parada e resposta”.








Como diria certo humorista a língua portuguesa é muito traiçoeira mas também muito rica permitindo através de múltiplos trocadilhos criar códigos que alteram a interpretação normal de determinadas palavras dando-lhe uma pontinha de humor. É o caso deste “post” ao qual dei o título:” A Campanha para a presidência está de parada e resposta”.
A imagem do Obama chegou-me pela net a do McCain foi construída com uma frase de resposta pensada pelo Rui, um homem de contas e de contos, um desses portugueses que gosta de temperar a realidade com as cores alegres do humor.

Saudações


O Viajante

terça-feira, 14 de outubro de 2008

"Não tenhais medo!"






Recebi um e-mail de uma amiga com uma imagem muito bonita de Nossa Senhora que vinha com o seguinte texto anexado:
"O Presidente da Argentina recebeu esta imagem e a chamou de "lixo electrónico". 8 dias mais tarde seu filho faleceu. Um homem recebeu esta imagem e imediatamente enviou cópias... sua surpresa foi ganhar na lotaria. Alberto Martinez recebeu esta imagem, deu-a a sua secretária para fazer cópias, mas eles esqueceram de distribuí-las: ela perdeu o emprego e ele perdeu a família. Esta imagem é milagrosa e sagrada, não esqueça de enviá-la dentro de 13 dias a pelo menos 10 pessoas. Não esqueça e você receberá uma grande surpresa!"
Eu não sei quais as razões que levam alguém fazer um e-mail deste tipo mas tenho muitas dúvidas que tenha algum fim religioso.
Que mãe seria a nossa Mãe do Céu se nos punisse com o desaparecimento de entes queridos ou com a diminuição drástica das nossas condições de vida, pelo simples facto de não reencaminharmos este e-mail para mais umas quantas pessoas?
Ter fé é um acto livre incompatível com ameaças. Eu respeito e amo todos os seres de luz que nos ajudam por todo o universo não porque tenho medo deles mas porque acredito que, tal como nós a eles, todos eles nos respeitam e nos amam mesmo aos mais “pequenos”, a prova cabal desse respeito e desse amor foi o sacrifício feito por nós pelo Senhor Jesus.
Acho que a manutenção do “não faças isso senão Deus castiga”, ou “não faças aquilo senão vais para o inferno” talvez seja interessante para determinadas mentes que julgam poder controlar pelo medo a nossa ligação com Deus impondo a sua visão da evolução espiritual como uma espécie de anúncio ao melhor detergente: “o nosso é o único, o melhor, o que lava mais branco”.
Acordem gente estamos no século XXI a “ Idade do Espírito”, e como dizia Joaquim de Fiore: "Será a idade da graça redentora, não haverá necessidade de leis ou instituições disciplinadoras da fé, já que esta será universal e baseada directamente na inspiração divina, pelo que poderão ser dispensadas as estruturas institucionais do poder temporal da Igreja. Qualquer plebeu será Imperador, já que a sabedoria divina a todos iluminará igualmente, ou seja todos beneficiarão de uma "inteligência espiritual" capaz de permitir a plena compreensão dos divinos mistérios do Espírito deixado pelo Senhor Jesus para todos sem distinção.”
PS: Para quem não sabe, o que parece ser o caso do autor inicial deste e-mail, esta é Nª Sra. de Guadalupe Padroeira das Américas e pode ser venerada na cidade do México.
Saudações

O viajante