quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Expliquem-me para ver se entendo





Os americanos podem ter muitos defeitos mas a falta de auto-critica não é um deles seguramente.

Estive a assistir ao programa “60 minutos” e fiquei chocado com o facto de num país como os Estados Unidos existirem pessoas que estão condenadas a morrer porque não têm dinheiro para pagarem os tratamentos médicos.
Alguns deles na cidade de Los Angeles doentes oncológicos que por estarem doentes perderam o seu emprego e como tal o seu seguro de saúde e agora quase sem dinheiro para comer viram-se confrontados com o facto de o hospital da cidade ter de encerrar a sua unidade de oncologia onde atendia esses doentes, gratuitamente, porque as verbas de funcionamento foram reduzidas em várias dezenas de milhões de dólares.
São pessoas que até há bem pouco tempo trabalhavam e nunca estiveram inscritas na assistência social e agora são praticamente abandonadas pelo sistema que as explorou durante a maior parte da sua vida.
São cerca de 45 milhões os americanos que por razões diversas não têm seguro de saúde. As companhias de seguro lá tal como aqui tendem a rescindir os contratos com os clientes que lhes causam mais problemas o que quer dizer que a partir dos cinquenta anos existem poucos contratos individuais. São as empresas que asseguram isso nos benefícios sociais que dão aos seus trabalhadores, que obviamente acabam quando as pessoas são despedidas, o que não é difícil já que a legislação laboral é extremamente flexível.
Perante esta tragédia humana gostaria que me explicassem porque razão estão os americanos tão preocupados com a ideia do seu presidente de criar um serviço nacional de saúde para que ninguém morra por falta de assistência. A desinformação é enorme e há uma verdadeira campanha para que Obama desista, talvez por parte daqueles que provocaram esta crise económica, que lançaram a América numa guerra em duas frentes, que encheram os bolsos com a especulação dos preços do petróleo mas quase deixaram morrer à fome as vítimas do "Katrina" e passam o tempo a dizer: "we support our troops". Eu tambem apoiavam desde que sejam eles a levar os tiros e a morrerem em vez de mim e eu a encher os bolsos.

Interessante como um pais que corre meio mundo para acabar com tiranias e na defesa dos direitos humanos tem dificuldade em ajudar uma parte da sua população quando doentes. Talvez as multinacionais do sector saibam as razões. Cada vez gosto mais da economia de mercado!!


Saudações

O Viajante