quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A teoria da conspiração




Na cadeira de ciência política aprendi que os políticos e os grupos onde se inserem só têm dois objectivos: conquistar o poder e mantê-lo.
O povo, ou como “eles” costumam dizer, os superiores interesses nacionais, não fazem parte desta equação.
Mas não fiquem chocados eles estão a actuar bem, nós eleitores é que estamos a actuar mal. Não exigimos cumprimento das promessas nem penalizamos os mentirosos.
Ora vejamos bem a campanha eleitoral:
Na pré campanha com os debates televisivos discutiu-se de facto o que era importante: a crise económica, desemprego; os partidos tentaram separar as águas procurando transmitir aos eleitores o que os diferenciava dos outros.
Começou a campanha e pronto foram só bombas de fumo: asfixia democrática, escutas na presidência, voto útil, cuidado com a esquerda, cuidado com a direita, a Manuela é salazarenga o Socrates tem um acordo secreto com bloco. Como que por magia os principais problemas dos país desapareceram do discurso dos grandes partidos.
Depois temos os críticos do PS que afinal até acham que Socrates governou bem e querem mais 4 anos disto e por último o homem que não queria influenciar.
Afinal porque é que Alegre falou a favor de Socrates? e Cavaco que só ia falar depois das eleições demitiu o seu assessor de longa data, dando assim uma ajudinha ao PS?
As palavras chave aqui são "Eleições Presidênciais"
Depois dos resultados nas europeias e o facto das últimas sondagens darem um empate técnico entre PS e PSD, alimentaram em Cavaco Silva a esperança de fazer a cooperação estratégica com um governo do PSD, o que seria sem dúvida benéfico para a sua recandidatura.
Daí que tenha deixado cair o caso das escutas telefónicas, que a meu ver foi uma pressão sobre o governo para negociar apoios para a sua recandidatura.
Com o reaparecimento dos emails sobre o caso, Cavaco remeteu-se ao silêncio, apesar das pressões dos partidos, especialmente do PS, que claro era o mais prejudicado.
Quando as sondagens começaram a dar um afastamento do PS em relação ao PSD desfazendo assim o empate a favor do PS, Cavaco lá foi dizendo que para não influenciar o acto eleitoral iria depois verificar o que se passava em termos de segurança na presidência. Mais uma manobra de pressão sobre o governo.
Depois aconteceu a situação mais grave, Alegre surgiu em cena apoiando Socrates e quase garantindo o apoio do PS à sua recandidatura. Perante esta situação tão perigosa Cavaco que não queria influenciar, demite o seu assessor deixando no ar a ideia de que de facto ele fez algo de errado, dando razão às criticas do PS e sobretudoentregando-lhe de bandeja a vitoria nestas eleições, quem é amigo quem é?
Pois é senhor Presidente, de facto trabalhou bem mas mesmo assim não sei se vai ter o apoio do PS para a nova corrida a Belém, se eu fosse presidente do PSD o do partido não tinha de certeza.


Saudações conspirativas


O Viajante