sexta-feira, 20 de março de 2009

O direito à esperança



Quem desconhece a história está condenado a repeti-la. (Bertold Brecht)

Está máxima devia estar escrita em letras bem gordas em todos os gabinetes dos políticos deste país.
Não digo isto para falar na crise ou no mau trabalho do governo, digo porque cada vez me alarma mais o crescente desinteresse e até quase desprezo que os cidadãos sentem pelos que (não) elegem. Eu digo, não elegem porque como se pode comprovar a cada acto eleitoral a abstenção é a grande vencedora das eleições.
Passamos da ditadura do partido único para a ditadura dos partidos. Demoramos mais de vinte anos após 25 de Abril para que os partidos com acento parlamentar aceitassem que grupos de cidadãos fora dos partidos pudessem concorrer às autárquicas. Mas a legislação é tão restritiva que é como se essa hipótese não existisse.
Os partidos de governo PS e PSD há muito que refugiados num pragmatismo neo-liberal perderam a sua matriz ideológica confundindo-se e confundindo os eleitores.
Alternam no poder não porque têm ideias para mudar mas porque de tempos a tempos um cai de podre.
Não se preocupam com abstenção porque mesmo que apenas um terço dos portugueses lhes dêem maioria absoluta, eles sentem-se no direito de governar o país como o Salazar fazia, sem dar ouvidos a ninguém, mas muito menos poupados.
Voltando à frase com que comecei, achava melhor que os dirigentes dos partidos, estudassem um pouco de história para perceber como e porquê surgiu o movimento de 28 de Maio de 1926, ou será o autismo uma doença típica dos políticos provocada pela exposição ao poder?
A globalização como tigre de papel que era caiu com a crise económica, na França, nos Estados Unidos, na Inglaterra até na nossa vizinha Espanha a palavra de ordem é consuma produtos nacionais. Isto quer dizer que as medidas proteccionistas estão a chegar portanto o “guarda-chuva” comunitário que nos salvou até agora pode ter os seus dias contados.
A continuarem com esta atitude de manterem o poder a qualquer custo sem se preocuparem em aferir das necessidades dos seus eleitores, ou resolver os reais probleamas nacioanis, alimentando clientelas que se servem do país em vez de servirem o país, os partidos ditos democráticos estão a cavar a sua sepultura e não tarda chegarão os salvadores da pátria, defensores da lei e dos bons costumes, aliás já há muita gente a clamar por eles.
Caros governantes, eu sei que vocês têm um pé-de-meia nas ilhas Caimão ou numa offshore qualquer, mas nós não temos e vamos ter de ficar por cá.
Saudações
O Viajante