segunda-feira, 13 de outubro de 2008

“Tudo como dantes e nós a pagantes”



Tornei a ser surpreendido por uma nova notícia acerca da crise, que mais uma vez me deixa a pensar, até que ponto foi a perversão desta gente das instituições financeiras.
Fiquei a saber que os directores da AIG, uma empresa seguradora e de gestão de fundos que foi salva da falência pelo governo dos Estados Unidos com uma ajuda de vários milhões de dólares, ainda se mantêm no seu lugar a auferirem com certeza aqueles vencimentos, que todos fazemos ideia de quanto serão.
E porquê sei eu isto?
È porque esses senhores foram responder perante uma comissão de inquérito do Congresso, porque já depois da intervenção, foram fazer uma conferência de uma semana num hotel da Califórnia e gastaram a módica quantia de meio milhão de dólares.
Vários milhares foram gastos em Spa, massagens e cabeleireiro.
Mas eu entendo estes senhores as últimas semanas têm sido um sufoco muito stress e portanto spa e massagens seriam absolutamente necessários.
Como é que esta gente ainda está à frente da empresa?
Em Portugal a utilização de fundos públicos em proveito próprio é um crime chama-se peculato e na América não têm essa figura penal?
Ou isto de peculato é para funcionário que leva uma caixa de papel de fotocópias do serviço?
Quanto mais se analisam as situações mais se vão descobrindo as movimentações tendentes a deixar tudo como dantes. Como esta chantagem insuportável de que temos de salvar as instituições financeiras que até há pouco tempo tinham lucros fabulosos que naturalmente foram distribuídos pelos accionistas.
Porque não pagam os prejuízos agora esses senhores que receberam os lucros e salvam as suas empresas?
Porque raio deverá ser o dinheiro dos meus impostos a salvar o BCP que foi afundado por aqueles senhores muito bem falantes que por acaso são da “Opus dei”, que ainda hoje vão à televisão botar discurso, como se fossem pessoas de bem?
Temos que, de uma vez por todas, dar um sentido ético às relações sociais, estou farto de ver gente a bater com a mão no peito mas de coração vazio. Há que penalizar os que têm condutas que põem em causa os outros e o funcionamento da sociedade e louvar os que lutam pela manutenção do bem-estar social.
Como diriam os “Gato Fedorento”: “É claro que um gajo tem de se chatear”

Saudações


O Viajante