quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O pecado e a virtude






O pecado e a virtude são duas palavras muito utilizadas no léxico judaico-cristão. Embora opostos e portanto equivalentes de sinal contrário a sua massa crítica é fundamentalmente diferente. Virtude é um estado resultante de um conjunto de acções tidas e sentidas como boas. Pecado pode ser estado mas normalmente é visto como acto praticado não conforme com o bem.
Para podermos avaliar as situações decorrentes da utilização destes termos importa pois definir o que é o bem e o que é o mal.
Embora todos os grupos humanos mesmo civilizacionalmente diferentes, tenham princípios definitórios do bem e do mal idênticos existem algumas diferenças que muitas vezes estão ligadas a situações sócio culturais.
A noção de casamento monogâmico e fidelidade conjugal defendida pelas correntes cristãs como a atitude correcta em contraposição ao adultério, difere da muçulmana em que é permitido ao homem ter até quatro esposas e como tal esse pecado deixa de ter sentido.
Enquanto que a caridade para com os pobres é um acto virtuoso para muitas confissões religiosas, para os hindus organizados por castas não é permitido contactar de qualquer maneira e muito menos ajudar os chamados “intocáveis”. Será que perante Deus o pecado e a virtude dependem do facto de ser cristão, muçulmano ou hindu?
Ao que parece, mais do que uma definição universal quase transcendental de pecado e da virtude, torna-se necessário que o actor tenha consciência da maldade ou bondade do acto que pratica.
Mas sendo assim, se eu, porque tenho problemas mentais, cometo um crime, e não tenho consciência desse acto, perante Deus não pequei, ainda que tivesse assassinado alguém.
Contudo se a tomada de consciência é condição necessária, então só poderemos responder pelos nossos actos conscientes e como tal o tradicional “pecado original” praticado por Adão e Eva não será mais do que isso, algo de muito original.




Saudações






O Viajante