quarta-feira, 8 de abril de 2009

Aos pés do Mestre IV

Requisitos para o Caminho

Formas de conduta


"4. Alegria
Deves suportar teu karma com alegria, qualquer que seja ele, considerando uma honra que tal sofrimento se abata sobre ti, porque isso demonstra que os Senhores do Karma pensam que és digno de auxílio. Por mais duro que seja, sê grato por não ser pior. Lembra-te que tens pouca serventia para o Mestre até limpares o teu karma ruím e estejas livre. Mas oferecendo-te a Ele, pediste-lhe que a limpeza teu karma pudesse ser acelerada, e desta forma, agora deves resolver em uma ou duas vidas aquilo que doutro modo poderia se diluído numa centena. Mas a fim de tirar o melhor proveito dele, deves suportá-lo com alegria e com jovialidade.
Um ponto mais. Deves abandonar todo sentimento de posse. O karma pode tirar-te as coisas que mais aprecias - até mesmo as pessoas que mais amas. Mesmo assim deves alegrar-te - pronto para abandonar toda e qualquer coisa. Muitas vezes o Mestre precisa derramar a Sua força sobre outros através de Seu servo; Ele não poderá fazê-lo se o servo cede à depressão. Assim, a alegria deve ser a regra.
5. Unidirencionamento de objectivo
A única coisa que deves colocar diante de ti é fazer a obra do Mestre. Mesmo que outras coisas surjam, no teu caminho nunca esqueças o teu primeiro objectivo. Porém nada mais pode entrar no teu caminho, pois toda ajuda e trabalho altruísta é obra do Mestre, e deves fazê-lo por amor a Ele. E deves dar toda tua atenção a cada coisa que fizeres, para que possas de facto fazê-la da melhor forma. O mesmo Mestre também escreveu: "O que quer que faças, fá-lo de coração, como se fosse para o Senhor, e não para os homens". Pensa como farias algum trabalho se soubesses que o Mestre viria imediatamente vê-lo; é exactamente neste espírito que deves fazer todo o teu trabalho. Aqueles que sabem mais decifrarão tudo o que aquele verso significa. E há outro como aquele, muito mais antigo: "O que quer que tua mão faça, fá-lo com toda tua força".
Unidirecionamento de objetivo significa, ainda, que nada jamais te deve desviar, mesmo por um momento, do Caminho em que entraste. Nenhuma tentação, nenhum prazer mundano, devem jamais te desviar. Pois tu mesmo te unificaste com o Caminho; ele deve de tal maneira ser parte de tua natureza que o sigas sem precisar de pensar nele, e não possas te desviar. Tu, a Mônada, decidiste assim; romper com isso seria romper contigo mesmo.
6. Confiança
Deves confiar no teu Mestre; deves confiar em ti mesmo. Se já viste o Mestre, deves fiar-te n'Ele totalmente, através de muitas vidas e mortes. Se ainda não O viste, deves tentar percebê-Lo, e confiar n'Ele, porque se não o fizeres, nem mesmo Ele te poderá ajudar. A menos que haja uma confiança perfeita, não pode haver um fluxo perfeito de amor e poder.
Deves confiar em ti mesmo. Dizes que te conheces bem? Se achas isso, é porque tu não te conheces; conheces apenas a frágil casca externa, que tantas vezes caiu na ilusão. Mas tu - o verdadeiro tu - és uma centelha do fogo do próprio Deus, e Deus, que é onipotente, está em ti, e por causa disso não há nada que não possas fazer, se o quiseres. Diz a ti mesmo: "O que o homem fez, o homem pode fazer. Sou um homem, e sou também Deus no homem; eu posso fazer tal coisa, e a farei". Pois tua vontade deve ser como o aço de boa têmpera, se vais trilhar o Caminho."

("Aos pés do Mestre" - j. Krishnamurti)

Saudações


O Viajante