terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Senhor fazei que eles vejam


Estamos a atravessar uma crise que embora ainda no princípio já começou a causar danos a milhares de portugueses que perdem o emprego às centenas todos os dias, muitos deles casais o que quer dizer famílias inteiras em risco.
Com queda do poder de compra ou a quebra de confiança na economia por parte dos cidadãos e a queda das exportações as empresas estão a fechar às centenas.
O mesmo se passando com as empresas estrangeiras (“o bendito investimento externo”) que depois de nos exploraram duplamente nos baixos salários e nos nossos impostos fecham as portas e adeus.
A tentativa surrealista de colocar a banca como motor da economia caiu por terra. Apesar da taxa de juro estar baixa os bancos utilizando “spreads” escandalosos e continuam a ter lucros de centenas de milhões. A maior parte dos pedidos de financiamentos não são autorizados porque as empresas estão já em dificuldades, acabando por colocá-las na falência.
Eu só gostaria de fazer algumas perguntas e que houvesse alguém que me respondesse para eu ficar mais esclarecido:
Então quando foi disponibilizada a celebre garantia bancária de 20 mil milhões de euros não foram impostas condições aos bancos que a utilizaram nomeadamente na criação de linhas de crédito para apoio às empresas com “spreads” e juros baixos?
Se a nossa dívida pública é enorme porque foi o governo permitir que os certificados de aforro se desvalorizassem ao ponto de haver um levantamento maciço e consequente transferência desses capitais para a banca?
Não seria melhor o governo ter estes capitais para fazer face à divida em vez de os ter que pedir com juros à banca?
Se de facto muitos dos problemas de tesouraria das empresas se devem a dívidas do estado para com estas, porquê é que o estado não paga às empresas em vez de as obrigar a endividarem-se perante a banca?
Porquê é que são disponibilizados 650 milhões de euros para o fundo de desemprego e 1800 milhões para tapar a porcaria que uns quantos senhores fizeram no BPN?
Se todos os caminhos vão dar a Roma, em Portugal eles vão todos dar à banca.
Como Mário Soares uma vez disse nós temos os políticos que merecemos, enquanto que para os Americanos é o “Yes We can” para nós é mais “Yes weekend”
Saudações
O Viajante