sábado, 23 de maio de 2009

O "chico espertismo"





Para animar ou anestesiar a malta não sei, depois do caso freeport temos o caso Lopes da Mota que alegadamente terá dito a alguns colegas que seria melhor arquivar o caso freeport, utilizando na conversa o nome do Ministro da Justiça e do Primeiro Ministro, o que foi considerado como uma pressão intoleravel .
Então meus amigos que tem isso de anormal não foi assim que surgiu toda a confusão no dito caso freeport? O promotor do freeport foi falar com o tio para ele falar com o sobrinho que por acaso era Ministro do Ambiente para resolver a situação.

O "chico espertismo" e o "nacional porreirismo" são duas variantes da "cunha" do tempo da outra senhora, que hoje, embora com roupagens mais democráticas, atravessam de forma transversal a nossa socidade .

Foi por isso que o Valentim chateou o presidente da Comissão de Arbitragem por causa dos árbitros para o Boavista, ou o Pinto da Costa recebeu árbitros em casa, sem verem nisso qualquer problema ético.

O "chico esperto" não se vê a si próprio como corrupto ou imoral, pelo contrário considera-se desenrascado e empreendedor.

Outra coisas que os "chicos espertos" têm é horror a segredos (que não sejam deles claro)sejam estratégicos, de justiça ou outros, daí que não haja carta que venha da polícia inglesa, lista de funcionários do SIS ou conversa entre governantes que no dia seguinte não venha escarrapachada num jornal qualquer.

Agora os senhores deputados, como não têm mais nada que fazer, decidiram que têm direito a saber todos os segredos dos estado português e inclusivé vão legislar sobre isso.

Eu acho que os portugueses devem ficar muito preocupados, já que os resultados de uma tentativa que Jaime Gama fez em Abril passado de fazer reuniões de informação entre o SIS e três comissões parlamentares,(só três, cerca de 45 deputados) a da Defesa a dos Negócios Estrangeiros e a do Assuntos constitucionais, não foram brilhantes.

A informação secreta ou reservada bastante sensível deveria ser transmitida pelos nossos serviços secretos aos membros dessas comissões, o que tem alguma lógica e é prática comum em muitos países.

Contudo um dos "chicos espertos" presentes, que gosta de ter boas relações com a comunicação social, descreveu a um jornal a reunião: quem estava, quem faltou, o ambiente e claro os assuntos tratados. Com gente assim não vamos lá.

Outra coisa interessante aconteceu, mas no Reino Unido. Ao que parece muitos deputados de todos os partidos com lugar no parlamento, usaram fundos públicos para pagarem reparações nas casas em Londres, a que têm direito, mas ao que parece inflacionaram as despesas, talvez quem sabe para melhorarem os seus baixos salários.

Tudo foi tornado público e numa atitude muito portuguesa o "Speaker" do Parlamento tentou saber, não quem eram os prevaricadores, mas como é que o jornal que denunciou o caso teve acesso a esse "segredo".

Claro que esta atitude custou-lhe o lugar e no que respeita aos deputados envolvidos na burla a sua carreira política chegou ao fim.

Depois de ler a notícia lembrei-me do caso das viagens fantasma que foi denunciado na nossa Assembleia da República e do que aconteceu aos ilustres deputados envolvidos e pensei como é diferente a política em Portugal.


Saudações


O Viajante