terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ai os brandos custumes!






Mais uma tragédia aconteceu no nosso pais e uma família que passava as suas férias no Algarve acabou por ser noticia pelas piores razões.
A sinalização de perigo lá estava mas não impediu que num espírito de “nacional porreirismo” sempre com aquela ideia de que só acontece aos outros, que várias pessoas se tenham posto à sombra da falésia, e ficado debaixo dela quando desmoronou.
De imediato o governo respondeu com a politica da casa roubada trancas na porta, mandando verificar as falésias de todas as praias deste país ( só de ouvir isso, e se a situação não fosse tão triste, teria ficado cansado, de tanto rir claro). A comunicação social antecipou-se ao governo deu a volta a todas as praias do país (com falésias claro) conversando com os corajosos banhistas que por baixo delas continuam a colocar as suas toalhas.
Pois já venho há alguns anos para aqui no Verão e nunca me aconteceu nada, dizia um. Só me apeteceu dizer como os miúdos: dah!! Se tivesse acontecido não estavas a dizer asneiras na televisão. Uma senhora segurando o seu filho de tenra idade dizia que aquilo era um lugar público e que se algo acontecesse a culpa era do governo. Pois claro como os neurónios são poucos batemos no “ceguinho”. Até parece aquela anedota do camionista que estava a fazer uma mudança e se deparou com uma ponte que de acordo com a sinalização não suportava o peso do seu camião. Ao ver a sua hesitação o cliente que ia sentado ao seu lado disse-lhe com ar de quem tudo soluciona: "Ó homem avance, a policia nunca costuma estar por aqui".

Se pagamos multa por não usar capacete, cinto de segurança ou cadeira especial para bébé por que raio não havemos de pagar também por não obedecermos aos sinais de perigo? Colocamos de forma incompreensivel a nossa vida em risco e muitas vezes a dos outros que nos tentam salvar. Quanto custou ao país aquele acidente: cinco mortos, três dezenas de bombeiros destacados para o local, outros tantos voluntários, policia maritima, técnicos, pelo menos quatro máquinas e o combustível gasto pelos nossos governantes que lá se deslocaram.

Podia não resolver a crise mas talvez ajudasse.


Saudações


O Viajante