domingo, 12 de outubro de 2008

As causas remotas da crise




Ouvi uma das explicações mais claras sobre as raízes profundas desta crise financeira dada pelo presidente da Ibermoldes, Henrique Neto.
Segundo ele jovens financeiros vindos das universidades mais importantes dos Estados Unidos no inicio dos anos 80, verificaram que era mais rentável comprar empresas e vendê-las por partes do que pô-las a produzir. Este modelo económico criou algumas mega empresas do ramo, designado por fusões e aquisições, que deram aos seus gestores enorme poder.
Contudo segundo o entrevistado embora muito conhecedores em termos financeiros eram ignorantes no resto e esta mistura de poder e ignorância é normalmente explosiva.
Como era um modelo não produtivo que se limitava a predar as empresas existentes acabou por ficar esgotado antes de 2000. Daí que as mesmas escolas que formaram estes financeiros lançaram as novas teorias da desregulação do mercado e da globalização, o que permitiu a deslocalização das empresas produtivas e a manutenção deste modelo até aos nossos dias.
Por outras palavras este era um modelo de “terra queimada” e os seus mentores sabiam-no, desde as escolas que elaboraram as teorias até aos financeiros que as aplicaram na prática, daí que se tenham protegido quer em termos legais quer com ideminizações milionárias caso fossem despedidos.
Como se sentirão estes "génios" da finança? Em primeiro lugar ricos e depois inteligentes porque conseguiram enganar muita gente durante quase vinte anos.
Mas as lideranças a nivel mundial especialmente as do G8 não podem assobiar para o lado porque foram colaborantes com tudo isto. Impõe-se que haja ética em todos os aspectos da sociedade e o financeiro não pode ser excepção.
Saudações

O Viajante