sábado, 7 de fevereiro de 2009

O quarto poder




Como diz o povo pelas costas dos outros vemos as nossas. Por causa do tão falado caso Freeport o Primeiro Ministro e a sua família estão a ser julgados e condenados na praça pública. Afinal onde fica esse princípio superior do estado de direito : “inocente até prova em contrário”
Os meios de comunicação social assumindo o papel de acusadores, vão vendendo jornais, revelando uma situação hoje outra amanhã, acerca deste caso, estilo telenovela, embalando o país nun canto de sereia que nos faz esquecer o que de facto é importante pensar e discutir.
Se os ingleses tinham dúvidas de que isto era uma república das bananas, depois do que aconteceu com a carta rogatória que apareceu em todos os jornais, acho que ficaram ainda mais convencidos quando procuradores do Mnistério Público começaram a aparecer diariamente na comunicação social dizendo uma coisa num dia e desdizendo no dia seguinte.
Isso de segredo de justiça é apenas o refúgio que algumas pessoas (importantes claro)usam quando se querem proteger dos erros que cometeram .
Ninguém afirma nada, tudo se resume a insinuações que chegaram já até à mãe de José Socrates. Segundo os jornalistas, comprou um apartamento por cerca de 50 mil contos. Isto implica que alguém vá à um notário pedir informações sobre uma escritura que pertence a outras pessoas, mas está tudo bem. Que a senhora na altura ganhava menos de quinhentos euros por mês, mais uma operação de espionagem em que os senhores jonalistas devassam a vida de uma pessoa só porque é mãe de uma figura pública, sem qualquer penalização(Comissão Nacional de Protecção de dados, outra treta). Por último a cereja no cimo do bolo, a casa foi comprada a uma offshore e está localizada no prédio onde o seu filho comprou um apartamento idêntico.
A peças estão colocadas de forma a que o cidadão comum “perceba” a trama, sem entender que foi manipulado, e tire a única conclusão possivel: culpados!
E depois? Alguns dos defensores da liberdade de imprensa dizem que os atingidos podem recorrer a tribunal. Essa só para rir, a esmagadora maioria dos cidadãos não tem meios para processar judicialmente um orgão de informação que ainda por cima tem uma equipa bem paga de advogados que mesmo que o caso chegue a julgamento irão tirar qualquer hipotese ao ofendido ser ressarcido.
Dantes a má lingua era algo de localizado diziamos mal da familia, dos vizinhos, dos amigos ou dos colegas de trabalho. Hoje a má lingua não fica no bairro ou no emprego espalha-se como uma maré negra. A ideia é vender e como os escândalos vendem quando eles não aparecem há que desenterrá-los e quando surgem os "fazedores" de opinião, como bons rottweillers ferram os dentes e não largam.
No fim disto tudo se ficar provado a inocência de José Socrates que acontece aos difamadores? Nada porque eles não acusaram apenas insinuaram.
Vou acender uma velinha ao Senhor dos Aflitos e pedir que ele me livre dos maus jornalistas. Porque eu acredito que ainda existem alguns bons.
Saudações
O Viajante