quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tudo na mesma


Em Fevereiro 2008 a DECO vinha a público apresentar um estudo sobre os “spots” publicitários de alguns bancos que apurava que estas entidades apostavam em produtos e designações que sugeriam “remunerações aliciantes”, mas a maioria manipulava os números “vendendo” a uma taxa que não correspondia à taxa real.
A DECO esperava a intervenção das entidades competentes nomeadamente o Banco de Portugal, a Direcção Geral do Consumidor e o Instituto de Seguros de Portugal, na fiscalização das regras para este tipo de produtos, que considerava claramente como um caso de publicidade enganosa.
Em Junho de 2008 novo estudo da DECO chegava à conclusão que “a publicidade do crédito ao consumo procurava camuflar os verdadeiros custos do empréstimo, com as instituições financeiras a destacar a facilidade da contratação”. De acordo com aquela entidade, algumas instituições de crédito não se preocupavam em cumprir a lei e não indicavam a taxa anual de encargos efectiva global (TAEG) que iria permitir comparar propostas de crédito de outras instituições.
Em Julho 2008 a Procuradoria-Geral da República considerou abusiva a cláusula dos arredondamentos e decidiu avançar com acções contra os bancos.
Em Agosto 2008 o Governo proibiu os bancos de procederem a arredondamentos abusivos das taxas de juro nos créditos à habitação.
Outubro de 2008 a DECO depois de um estudo efectuado em 331 agências de 16 instituições bancárias concluiu que os bancos “não dão informação geral obrigatória sobre tipos de empréstimos, garantias e opções de reembolso, entre outras, numa fase inicial da negociação", como deveriam fazer de acordo com a lei e instruções emanadas do Banco de Portugal.
Ao fim de um ano de telenovela, depois da bronca doméstica do BCP, do desastre de Wall Street e do aval do estado onde anda o Dr. Constâncio? Quando vamos chamar à responsabilidade esses senhores que deveriam supostamente vigiar e fiscalizar o sistema?

Saudações

O Viajante