domingo, 20 de dezembro de 2009

Ora explique lá Senhor Doutor





O governo para fazer face à escassez crónica de médicos no nosso país, resolveu abrir mais uma escola de medicina. O senhor bastonário da Ordem dos Médicos veio a terreiro defender que de acordo com dados internacionais um país moderno deve ter uma faculdade de medicina para cada dois milhões e meio de habitantes. Portanto para nós serão suficientes cinco.
Ao que parece com a última a ser inaugurada ficamos com oito o que daqui a dez anos segundo o mesmo bastonário poderá levar a que os médicos saiam das faculdades e não tenham emprego.
Depois, na sequência deste comentário do Dr. Pedro Nunes, no dia 20, os telejornais transmitiram o juramento de novos médicos, cerimónia organizada pela secção do Norte da Ordem dos Médicos.
400 vejam bem, 400 novos médicos prestaram juramento na secção da Ordem dos Médicos no Porto.
Contudo quando questionada se depois de fazer a sua especialidade aceitaria trabalhar no interior, uma das novas clínicas logo foi dizendo que a sua especialidade tinha lugar no porto e depois de ter a vida organizada no porto era difícil ir para outro lugar.
A seguir o Sr. bastonário vem em defesa da sua confrade dizer que na periferia das grandes cidades também existe falta de médicos.
Fazendo um pouco de história, chegamos a 1974 pelo menos com quatro faculdades: duas em Lisboa, uma em Coimbra e outra no Porto. Em 74 surgiu mais uma no Porto e em 99 em Braga.
Depois temos de considerar as privadas que foram surgindo e também o número enorme de portugueses que foram fazer a sua formação a Espanha e outros países europeus e mesmo assim, conforme o senhor diz, não existem médicos de família suficientes na periferia das grandes cidades?
Bom ! então explique lá ó "sotôr": afinal as faculdades são suficientes ou não? Ou será que estamos perante um problema de falta de produtividade?
Talvez o tempo seja pouco, as aulas na faculdade, os doentes no hospital e também no consultório privado e claro todos aqueles congressos...
Pois é os socialistas não foram na vossa conversa do ensino de qualidade que durante anos impediu o investimento em novos estabelecimentos de ensino da medicina e privou as populações do interior de assistência médica condigna, fez quase desaparecer os médicos de família deixando os que ficaram com centenas de utentes que quando estão doentes se vêem aflitos para marcar uma consulta e depois, porque não conseguem, acabam por entupir as urgências dos hospitais, levando ao desespero os já poucos médicos que as vão assegurando.
Quanto a não encontrar emprego depois de fazer a faculdade caro Sr. bastonário, esse é o dia a dia da esmagadora maioria dos licenciados deste país, porque deveriam os médicos ser diferentes?
E depois daqui a dez anos também haverão hipóteses no Reino Unido que é para onde estão a ir os médicos formados pelas nossas universidades, para cá entretanto vêm os peruanos e cubanos, cuja formação não levanta problemas à nossa Ordem dos Médicos.
Respeito muito os profissionais de saúde mas não podia ficar indiferente a esta conspiração classicista nada conforme com o juramento de Hipócrates.

Saudações

O Viajante

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Nós por cá nem todos bem


A noite passada o desastre abateu-se mais uma vez sobre os Açores. Na freguesia de Agualva no norte da ilha Terceira, depois de horas ininterruptas de chuva intensa, a ribeira que a atravessa, saiu do leito e transformou as ruas da localidade em torrentes de lama que arrastaram tudo à sua passagem. Os carros os recheios das casas tudo correu rua abaixo deixando duas habitações completamente destruídas e outras quarenta inabitaveis. Felizmente nenhuma vida se perdeu, apenas uma idosa permanece no hospital de Angra do Heroismo. Ela e o seu marido foram salvos quase no último momento pelos vizinhos e bombeiros que acorreram ao local.

Pelo menos cem pessoas ficaram desalojadas e como por aqui sempre acontece, apesar das casas postas à disposição pelo governo, todos optaram pelas portas que familiares e amigos de imediato lhes abriram sobretudo numa época tão especial como a que atravessamos.

Agora chove copiosamente , mais uma noite de alerta para muita gente. Que o Céu nos proteja e as ribeiras fiquem nos seus leitos

Saudações

O Viajante

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A importância do cu

Como já sabem todos os que passam por aqui eu acredito na reencarnação. Acho que setenta ou oitenta anos é pouco tempo para nos definirmos para a eternidade. Seria uma injustiça sermos condenados ou glorificados para todo o sempre, apenas por uma vida.

Acredito também que algumas pessoas que nos tratam mal, que consideramos inimigos, estão tal como os que nos tratam bem, a cumprir um papel importante para a definição do nosso caminho.

Acredito que somos seres de luz que vivem noutro plano e que de tempos a tempos vimos em viagem de aprendizagem a este planeta.

Quando eu defendo que: competição, traição, deslealdade,agressão, homicídio, são situações deste plano e que no outro plano isso era impossível porque a relação entre todos os seres de luz é orgânica, ou seja nenhum deles faz nada para prejudicar outro porque estaria a prejudicar-se a si mesmo, sinto que quem me ouve tem dificuldade em imaginar tal situação.

Por isso eu vou contar um história deste plano que julgo irá esclarecer e sobretudo transmitir a ideia de que mesmo aqueles que aparentemente são “mais pequenos”, não são por isso menos importantes que os outros que aparentemente são “maiores”e todos temos de trabalhar em harmonia para o bem da humanidade.

Uma vez os orgãos de um determinado corpo estavam a discutir quem seria de facto o orgão mais importante.

O coração dizia que era ele porque se parasse durante alguns minutos o corpo morria. O cérebro dizia que ele era de facto o mais importante controlava tudo até o funcionamento do coração. Depois seguiram-se o fígado os pulmões e o pancreas, até que se ouviu uma voz lá do fundo :

-Ok já estou farto da vossas conversa, vou fechar a loja e vocês os importantes que se aguentem .

Mas quem és tu ? Peguntou o cérebro . Eu sou o cu, respondeu a voz e a gargalhada foi geral.

A partir daquele dia mais nenhum dejecto saiu do corpo. Passados alguns dias as infecções alastravam primeiro no intestino depois no estômago, as defesas do corpo eram destruidas uma a uma . A determinada altura o cérebro deu conta de que o coração e os pulmões iam colapsar e pensou bem temos que falar com o cu.

Ligação orgânica é isto nenhum é o mais importante mas somos todos imprescindíveis.

Saudações

O Viajante

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O medo

Ah! o medo vai ter tudo

(Penso no que o medo vai ter

e tenho medo

que é justamente
o que o medo quer)

Alexandre O'Neill "Medo"


Há alguns dias uma amiga blogger falava dos seus medos e das dificuldades em enfrentá-los e superá- los. Por isso eu resolvi também falar do assunto já que sinto como Alexandre O'Neill que o medo vai ter tudo.

O medo faz parte da nossa natureza. Boa parte do nosso sucesso enquanto espécie reside nele.

Chamamos-lhe instintos e são como que programas que foram ficando inscritos no nosso código genético. Foram-se instalando no sistema límbico a parte mais primitiva do cérebro e ainda hoje nos permitem reagir fisiologicamente de forma quase automática a situações de perigo.

Com o desenvolvimento de outras partes do cérebro, desenvolvemos novas capacidades muitas delas situadas no lobo frontal do cérebro que controla não só a nossa razão como também a nossa personalidade. Hoje a nossa mente faz construções complexas e claro as emoções e o nosso companheiro "medo" estão presentes e de forma mais sofisticada.

Portanto o medo vai ter tudo como diz o poeta, não vale a pena fugir dele, vai estar presente em todos os momentos da nossa vida. Temos de o conhecer, falar com ele ler os seus sinais e claro não fazermos o que ele quer que é termos medo dele.

Saudações

O Viajante