domingo, 30 de agosto de 2009

Os males do ego


Há algumas semanas em conversa com um familiar veio à discussão a necessidade de anularmos ou pelo menos controlarmos o nosso ego que é visto por várias correntes espiritualistas como a fonte de muitos dos nossos problemas quotidianos.
Se tivessemos que definir o que é o nosso ego (eu), apesar da dificuldade em apontar todos os aspectos que o definem, encontrariamos uma boa dúzia de factores que contribuem para a sua construção. Assim poderiamos dizer que o ego é o conjunto dos nossos sentidos, dos nossos sentimentos, da nossa imaginação, das nossas qualidades, e defeitos, das nossas aspirações e ambições, das nossas alegrias e tristezas e daquilo que possuimos.
Olhando bem damo-nos conta de uma coisa, parece que o ego não se limita à posse das coisas materiais ou a motivar uma atitude centrada em nós, para além da acção consciente, agindo no exterior o ego é também uma profunda consciência interior que se expande pelos difrentes níveis de consciência do nosso plano
Daí que o mesmo ego que todos os dias provoca, guerras, miséria, corrupção e violência, também é capaz de agir para o bem, tentando de alguma forma contrabalançar os aspectos negativos que apontei.
Fundamentalmente o que caracteriza o ego é a acção. Mesmo quando nós decidimos mudar, ser agradáveis com os outros, ser humildes, não sermos egoistas, deixarmos de acumular coisas. Tudo isto resulta da acção ego e não de aumento do nosso auto-conhecimento, ou de qualquer ligação especial ao Universo.
O ego leva-nos a agir permanentemente, formulando, racionalizando, criando, mas como está ancorado num sistema de regras, crenças, tradições e aculturação, apenas nos dá uma perspectiva parcial da realidade, o que para quem procura um conhecimento integrado(absoluto) das grandes leis universais é muito limitado.
Sempre que pensamos em verdade, amor ou até felicidade, nós racionalizamos, formulamos conceitos e chegamos até à brilhante conclusão que existe mais do que uma verdade, que o amor ou a felicidade se revestem de várias formas. A verdade o amor e a felicidade são "incriados", podemos dizer apenas que eles existem, quando racionalizamos sobre eles estamos apenas as criar reproduções pobres, quase ilusões, que nos acabam por criar situações de sofrimento.
Para entendermos a verdade o amor e a felicidade talvez a nossa mente tenha que deixar de racionalizar, de criar, sentar-se muito quieta, aumentar a sua flexibilidade e a sua tranquilidade até ao infinito, sem espaço nem tempo, só assim surgirá a compreensão, com ela o auto-conhecimento e com ele a paz.

Saudações

O Viajante