sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um Deus com dupla personalidade?




Existem diferenças fundamentais entre o Deus do antigo testamento e o Deus de que nos fala o Sr. Jesus.
De acordo com o que está escrito o Deus do Antigo Testamento é o Deus do “olho por olho dente por dente” que lançou sobre a “terra” o dilúvio do qual se salvou apenas Noé e a sua descendência, arrasou Sodoma e Gomorra apesar dos pedidos de Abraão, fazendo chover sobre elas enxofre. Lançou pragas sobre o Egipto, matou todos os primogénitos dos egípcios e destruiu o seu exército para que os israelitas pudessem sair daquele país. Mas como eles construíram um ídolo e afastaram-se Dele castigou-os fazendo-os vaguear pelo deserto durante quarenta anos até atingirem a “terra prometida” e depois de todo o trabalho realizado em Seu nome só permite a Moisés que a veja de longe.
O Deus de Jesus é o oposto, é o “Pai nosso que está no céu” que nos ama e que veio introduzir nas tábuas da Lei um mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amo”, inclusive os inimigos, é o Deus do perdão da bondade da segunda oportunidade. Colocou-se claramente contra muitas das leis religiosas e sociais vigentes e falou através de Jesus de coisas que eram absolutamente revolucionárias para a época.
Considerando que Deus é criador e portanto pre-existente aos homens ficamos com a ideia que ele evoluiu de Deus dos Exércitos para Deus do Amor o que será inconsequente já que Deus “é” logo sempre perfeito e imutável.
Podemos também pensar que ele agiu de maneira diferente porque o “coração dos homens era mais duro” e como tal as leis teriam ser mais duras. Mas mesmo duro ele teria de ser justo e tolerante o que continua a ser incompatível com o discurso se não és por mim estás condenado, ou com as destruições em massa.
Também está escrito que Deus se arrependeu do dilúvio que lançou sobre a terra como se tivesse cometido um excesso ou um erro. Outra situação inconsequente já que como perfeito que é não erra.
Poderá também ter acontecido que os homens tenham criado uma imagem de Deus que legitimasse as suas leis punindo com a destruição os pecadores que não as cumprissem.
Ou então os escritos que chegaram até nós apresentam episódios ocorridos em circunstâncias especiais, como as pragas do Egipto, a destruição do exercito do faraó, a destruição de cidades, a exterminação de milhares de pessoas, que são entendidos como acontecimentos de origem divina, quando talvez tivessem resultado de acidentes naturais, ficcionados pela tradição.
Mas o mais interessante é que apesar da dureza do coração dos homens há dois mil anos ser ainda muita, surgiu através de Jesus o Deus do Amor, que não pretendia legitimar as leis dos homens antes pretendia mudá-las. Talvez tenha vindo repor a verdade dos factos e limpar a imagem do Deus punitivo do antigamente
O meu Deus é claramente este.
Saudações
O Viajante

3 comentários:

Marisa Borges disse...

O meu Deus também é esse,Viajante, o compreensivo, o das segundas oportunidades, não faz sentido haver um Deus que castiga, que se arrepende, isso são conceitos humanos, jamais divinos.
Todos temos direito ao erro e a ter uma segunda oportunidade, acredito nisso.
Porém, hoje em dia ainda se continua a ver pessoas a acreditar mais no Deus do Velho Testamento, porque será? POrque será que quando algo menos bom acontece se pensa que é castigo? Não faço a mínima ideia!
Mais um belo tema para reflectir!

Seeker disse...

That's also my God.
Besides the Universe has been good to me and I think It gave me a second chance.
Blessings
xoxo

Anónimo disse...

Nao sei, mas eu acho que os homens gostam de usar o Deus que mais lhes convem e muitas vezes convem-lhes intimidar, por isso usam o Deus do Velho Testamento.
Sao