segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Homem ser dual


Até na definição antropológica o ser humano é um ser dual. Dizemos que o ser humano é animal e racional. Ou seja, nós somos instintos e razão, yin e yiang, bons e maus.
Quando olho para estas duas naturezas a primeira coisa que sinto é complementaridade e não oposição.
Se a “Iluminação” enquanto estado elevado de consciência, segue a regra universal do equilíbrio e considerando que este estado é acessível aos humanos, então as duas naturezas têm de estar presentes sob pena de nunca o atingirmos.
Assim talvez o caminho que nos leva ao Uno não passe pela elevação do lado bom e a pela repressão do lado “mau”.
Vejamos por exemplo uma reunião de um grupo em que um dos elementos, um orador eloquente e até por vezes agressivo, que defende intensamente as suas ideias, pretende que a sua moção seja aprovada pelos outros, porque acha que a sua ideia seria a mais correcta. Ao fim de uma discussão acalorada de várias horas, ao ver que a sua proposta não foi aceite, o sujeito vira a mesa e tenta agredir um dos colegas.
A mesma reunião com os mesmos elementos, contudo no fim, o mesmo sujeito aceita a moção que foi aprovada e dispõe-se a trabalhar na sua execução.
A agressividade necessária à dinamização da reunião e o amor na defesa da sua ideia estão presentes nos dois casos só que no último a pessoa em questão temperou os outros dois aspectos com a tolerância que o levou a aceitar a ideia de outra pessoa como válida. Ele deixou de ser teimoso e violento e passou a ser dinâmico e produtivo.
O nosso caminho no sentido da iluminação tem que passar pelo equilíbrio das nossas baixas vibrações com as altas. E temos que ter consciência que mesmo um dia seres etéreos, poderemos ter baixas vibrações, que poderão influênciar os humanos mais vulneráveis e que são o principal obstáculo a que tanto nós como eles possamos olhar a Luz.

Saudações


O Viajante

3 comentários:

Marisa Borges disse...

Caro Viajante,

mais uma vez fico sem palavras. Compreendo o que dizia, Geburah e Chesed representam isso mesmo, a aceitação de que somos paz e guerra.
Em breve colocarei uma reflexão sobre a carta de Tarot «A Força», onde se aprende que não é reprimindo o animal que somos que conseguimos a Iluminação, mas dominando-o.

Fico feliz pelas partilhas que temos feito, sinto-me a crescer consigo, sem sequer estar ao seu lado. É bonito quando esta sintonia pode existir com duas almas que nem se "conhecem". Obrigada.

Sin_Tau

Anónimo disse...

Caro Viajante
esta sua reflexão como bem bem diz a Shin_Tau, leva-nos para a arvore da vida, para a passagem pelas esferas, que passando pelo meio, cultivando a tolerância não deixando de lado o rigor, atingiremos então o Equilibrio.E claro que somos compostos por essa dualidade, assim como existe o quente/frio,temos paz e guerra dentro de nós,o trabalho está em dominarmo-nos.Afinal eu tinha alguma razão em lhe dizer que tinha muito para aprender e partilhar consigo. Obrigada tem sido fantástico
Um abraço de alma
Salamandra

Viajante disse...

Caras amigas Shin Tau e Salamadra

Queria agradecer a generosidade dos vossos comentários.
Nem a sociedade tecnológica pode fugir a esta época de partilha e designa-se a si própria sociedade da informação/comunicação.
Com certeza que não foi por acaso que a internet surgiu neste nosso tempo.

Saudações

O Viajante