sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Os radicalismos


O radicalismo seja ele político, social, económico ou religioso, acaba por ser uma manipulação dos verdadeiros princípios doutrinários que estiveram na base das grandes correntes filosóficas.
Para os radicais tudo é legítimo na defesa dos seus princípios, por outras palavras os fins justificam os meios.
Uma das grandes conquistas do nosso tempo com o advento dos regimes democráticos foi a liberdade, que para os republicanos laicos constitui, a par da vida, um valor inalienável e como tal indiscutível.
Contudo esta liberdade de cada um, deveria ter limites, deveria acabar onde começa a dos outros.
Mas os radicais da “santa liberdade” consideram que os seus direitos não têm limites e permitem-se a enxovalhar tudo e todos muitas vezes para causar sensação, vender uns jornais ou para publicitar algumas peças pomposamente chamadas de arte, talvez arte do ridículo.
Nos últimos dias uma peça que parece um brinquedo de fraca qualidade made in china construída por um “artista” alemão está exposta num museu italiano. O que não seria de espantar quando já vi sanitas e outras louças em exposição. Só que esta representa um sapo pregado numa cruz. Se o “artista” em questão esta a relembrar algumas das atrocidades da sua infância ou se não gostou dos Marretas é um direito que ele tem mas se na verdade pretendeu atacar as crenças de alguns milhões de seres humanos em todo o mundo para fazer uns tostões com a polémica, então acho que foi longe demais.
Como diz o povo na sua sabedoria “o que é demais cheira mal”, a liberdade como a maior parte dos direitos só funcionam quando temperados com bom senso.
Temos de ter consciência que numa sociedade democrática o bom senso é o que separa a liberdade da libertinagem.

3 comentários:

Seeker disse...

Sinceramente esta imagem choca-me.
E acho que o artista não tinha o direito de atacar de forma tão viemente um simbolo cristão, transversal a vários ramos do cristianismo.
Segundo li transversalmente seria uma representação dos medos do Homen.
Não percebo porquê, foi com a crucificação que Jesus passou ao estado de Cristo, pelo que na minha opinião poderá representar uma evolução do espirito (embora brusca, devido a grande sofrimento)e a passagem a outro estadio.
Como poderá então representar esta "obra de arte" o medo, não devemos antes procurar a evolução?

Viajante disse...

Uma questão muito pertinente a que colocaste e mercedora de muita discussão. Eu coloco outra se na verdade se pretendia representar o medo da humanidade porque não colocar outro representante da humanidade na cruz pk logo um sapo?

Bj

O Viajante

Carla O. disse...

Concordo em absoluto convosco.
Quando vi a notícia fiquei sem palavras... é absolutamente um passar para o outro lado do limite - que neste caso nem sequer deve ter sido ponderado.
Bjs