Existem pessoas que têm as Sílfides todos os dias a inspirá-las para que elas produzam textos que nos orientem e sensibilizem eu não tenho. A minha inspiração vem sobretudo daquilo que leio aqui na “blogosfera” e do que me acontece durante os meus dias. Ao fim de alguns dias de silêncio fui até ao jardim e num canteiro florido descobri que era importante voltarmos a estar disponíveis para os outros especialmente quando eles precisam de nós e sobretudo tomarmos consciência que os outros também fazem parte do nosso Caminho.
Nasci e passei a minha infância e juventude numa terra pequena onde os vizinhos tinham nome. Os mais idosos ou que viviam com dificuldades eram apoiados pelos seus vizinhos que quase se juntavam em comissão, revesando-se nas visitas nos apoios e sobretudo naquela vigilância activa que não poucas vezes salvou a vida de uma idosa que caiu e esteve durante horas sem se conseguir levantar, ou outra que devido a um descuido pegou fogo à sua cozinha.
Então tens visto a senhora Maria? Não foi comprar o pão estará doente?Era conversa frequente. Viviamos num país onde poucos tinham reformas, a segurança social não existia e até a saúde estava entregue às Misericordias como era o caso na minha terra cujo hospital pertenceu a essa instituição até ao 25 de Abril.
Mesmo em cidades como Lisboa nos Bairros mais populares como Campo de Ourique na Bica ou na Mouraria a solidariedade dos vizinhos era um facto como tive portunidade de verificar no tempo que vivi em Campo de Ourique
Hoje, embora reduzidas temos reformas, temos segurança social e serviço nacional de saúde. Com tudo isto criámos uma parede na nossa consciência. Quando alguém pede na rua pensamos, o governo devia resolver isto. Se alguém está aflito pensamos porque não vai pedir ajuda à segurança social? Ou seja com os impostos que pagamos libertámos a nossa consciência do dever de ajuda ao próximo.
Nas grandes cidades então é angustiante é uma solidão ainda mais difícil, mais profunda, porque “é um estar sozinho no meio da gente”. Podemos viver meses num prédio que só conhecemos o vizinho do lado na reunião de condomínio.
De facto temos de voltar à solidariedade orgânica áquela que nos faz sentir como parte de uma comunidade, mas para isso temos de acabar com o culto do individualismo, do salve-se quem puder , com as cidades dormitórios e destruir aquela parede que existe não só no nosso espírito mas sobretudo no nosso coração, criada pelo estado social e que não pode servir de desculpa para não amarmos os outros como a nós mesmos.
Nasci e passei a minha infância e juventude numa terra pequena onde os vizinhos tinham nome. Os mais idosos ou que viviam com dificuldades eram apoiados pelos seus vizinhos que quase se juntavam em comissão, revesando-se nas visitas nos apoios e sobretudo naquela vigilância activa que não poucas vezes salvou a vida de uma idosa que caiu e esteve durante horas sem se conseguir levantar, ou outra que devido a um descuido pegou fogo à sua cozinha.
Então tens visto a senhora Maria? Não foi comprar o pão estará doente?Era conversa frequente. Viviamos num país onde poucos tinham reformas, a segurança social não existia e até a saúde estava entregue às Misericordias como era o caso na minha terra cujo hospital pertenceu a essa instituição até ao 25 de Abril.
Mesmo em cidades como Lisboa nos Bairros mais populares como Campo de Ourique na Bica ou na Mouraria a solidariedade dos vizinhos era um facto como tive portunidade de verificar no tempo que vivi em Campo de Ourique
Hoje, embora reduzidas temos reformas, temos segurança social e serviço nacional de saúde. Com tudo isto criámos uma parede na nossa consciência. Quando alguém pede na rua pensamos, o governo devia resolver isto. Se alguém está aflito pensamos porque não vai pedir ajuda à segurança social? Ou seja com os impostos que pagamos libertámos a nossa consciência do dever de ajuda ao próximo.
Nas grandes cidades então é angustiante é uma solidão ainda mais difícil, mais profunda, porque “é um estar sozinho no meio da gente”. Podemos viver meses num prédio que só conhecemos o vizinho do lado na reunião de condomínio.
De facto temos de voltar à solidariedade orgânica áquela que nos faz sentir como parte de uma comunidade, mas para isso temos de acabar com o culto do individualismo, do salve-se quem puder , com as cidades dormitórios e destruir aquela parede que existe não só no nosso espírito mas sobretudo no nosso coração, criada pelo estado social e que não pode servir de desculpa para não amarmos os outros como a nós mesmos.
Saudações
O Vajante
3 comentários:
Concordo plenamente consigo. Temos que dar as maos e ajudar todos os que precisam, muito especialmente os mais idosos, que muitas vezes, depois de contribuirem para a sociedade durante uma vida inteira, quando chega a vez deles precisarem de ajuda, nao tem ninguem que lhes deite a mao. Obrigada por nos lembrar da importancia de uma mao amiga!
Kisses
Meu Amigo
não podia estar mais de acordo, fiz um post onde falo da indiferença, ás vezes dá-me a sensação que o mundo me quer mudar.
São pessoas como o viajante que ainda nos mant~em a esperança que o vizinho do lado não nos passe ao lado.
Estamos a viver tempos complexos onde alguns valores estão a ser relegados mas por outro lado temos mais algumas vozes que se levantam a dizer "eu importo-me"
"aprendemos a voar como os passaros, mas ainda não aprendemos a simples arte de vivermos como irmãos".L.King
Um excelente fim de semana.
beijinho
Salamandra
Oláaaa,
Tenho andado desaparecida mas em pulgas para vir aqui ver o que o caro viajante anda a incitar. Que agradável surpresa, comecei logo pela solidariedade.
Antes de mais e quanto ao post quero aqui dizer que não concordo de todo com o que diz acerca da sua falta de inspiração.Acho que é evidente pelos comentários e reacções, que o que escreve, sensibiliza, faz pensar, por vezes agita...
Não somos todos poetas porque há aqueles a que a poesia não toca no coração e para esses e outros é necessário inspirados que componham uma bela música, que confeccionem uma bela refeição ou que corajosamente partilhem os seus dias com estranhos num blog, levando-os a criar laços uns com os outros, a trocar impressões, no fundo a darem-se um pouco uns aos outros. Se isto não é inspiração...
Quanto ao teor do post (não, não vem bomba, respire..lol), por esta altura do campeonato o Viajante já sabe o que penso e sinto quanto a esta "estranha forma de vida" que escolhemos enquanto sociedade.
Somos incriveis! Esperamos sempre que alguém, exterior a nós e quanto mais impessoal melhor, nos resolva problemas que até os animais institivamente resolvem porque sabem ser o melhor para a sobrevivência da comunidade.
Por vezes nem quero acreditar no que vejo e oiço.
Começa em Deus e acaba no Governo!
Um ou outro deviam prontamente apresentar-nos soluções, remover todas as pedras no caminho e de preferência levar-nos às cavalitas.
É inadmissivel que nem Deus, nem o Governo acabem com a fome, com a violência, com a pobreza, com o sofrimento, Que incómodo que é quando passam as imagens dos míudos com as barrigas inchadas de não comerem há semanas, que desconfortável ver na altura do Natal os sem abrigo sozinhos e ao frio...onde está Deus? Que governos é este?
É tempo de mudar as perguntas...para que as respostas surjam.
As questões, quanto a mim, deveriam ser:
- tenho vontade real de alterar este estado de coisas? Incomoda-me mesmo e sinto desejo de fazer alguma coisa acerca disto?
(sinceridade absoluta é exigida, há quem chore por ver um animal abandonado e fique sereno perante cenário de guerra, somos todos diferentes e todos necessários)
- que posso fazer quanto a esta situação?
E depois AGIR ou não.
Mas sem dúvida que será mais fácil para nós ajudar o nosso vizinho reformado que mora no 3.º direito, que Deus vir por aí abaixo desde o céu até à nossa rua ou o Ministro apanhar o táxi da praça do comércio.
Se podemos e queremos fazer, então assumamos a responsabilidade de cuidar do nosso canteiro, do canteiro dos amigos, do canteiro dos colegas, do estranho em necessidade, dos meninos de África,
do ambiente e sempre assim até que todos os canteiros mostrem a verdade: há apenas um Jardim.
beijos Viajante e obrigada por toda a partilha inspirada.Gostei tanto deste seu post...e sabe que eu sou sempre sincera..
Bem haja
IdoMind
Enquanto não mudarmos as perguntas os problemas persistirão.
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