terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Crise qual crise?


No inicio da crise financeira o nosso governo disponibilizou uma garantia de 20 mil milhões de euros para que a banca portuguesa pudesse aumentar a liquidez, contraindo empréstimos no estrangeiro. A seguir nacionalizou o BPN, que como todos sabemos, tal como o BCP, andou metido em esquemas muito pouco legais.Depois o “policia”, que nunca sabe de nada, resolveu fazer uma “vaquinha “ para salvar o BPP, que especulava com as fortunas de uns quantos senhores importantes que claro não podem ficar a perder.
Pela voz dos seus mais altos representantes acompanhados por alguns membros do governo, o sistema bancário português veio a público dizer que estava tudo bem, que os nossos bancos não se tinham metido naquelas negociatas americanas, mas pelo menos quatro bancos acabaram por recorrer a essa garantia.
Quando a crise chegou à economia o governo não diminuiu os impostos das empresas, não lhes deu dinheiro, nem sequer pagou as dividas que tinha para com elas, antes criou linhas de crédito, ou seja colocou-as ainda mais nas mãos dos que foram responsáveis pela sua desgraça.
Atendendo a que os lucros da banca portuguesa foram nestes últimos meses de mil milhões de euros seria no mínimo aceitável que houvesse da parte dos bancos uma maior abertura no sentido de facilitar o crédito tanto às empresas como às familias.
Agora vem o senhor Primeiro Ministro apelar aos bancos para “ajudarem” a economia .
Mas então nosso “primeiro”, não foi o nosso dinheirinho que foi para os bolsos dos banqueiros? Então ainda tem de apelar?
Continuamos de joelhos perante esses senhores que descaradamente enchem os seus cofres e mantem os seus salários obscenos à custa de um povo com cerca de dois milhões de pessoas à beira da pobreza e que enfrenta uma crise, criada por eles, que se calhar nem daqui a dez anos estará resolvida .
Se o sistema está podre temos que desenvolver um novo sistema económico que não adultere as leis do mercado e que crie laços de confiança entre os seus agentes .
Talvez em vez de estarmos preocupados a tentar salvar as instituições deveriamos antes ter substituido as pessoas. Depois de uma trajédia desta dimensão é lamentavel que nem as moscas mudem.

Saudações


O Viajante

1 comentário:

Seeker disse...

I have no more holes on my belts....

;)

xoxo