terça-feira, 17 de março de 2009

Directo do coração




Como estamos sobre a influência da lua eu vou aproveitar dizer aos que se dizem frontais que nem sempre a frontalidade resolve as coisas, aos que se dizem sinceros que nem sempre a sinceridade resolve as coisas aos que se dizem leais que nem sempre a lealdade resolve as coisas, aos que se dizem honestos que nem sempre a honestidade resolve as coisas.
Se somos frontais temos de ser contrutivos, se somos sinceros temos que ser sensíveis, se somos leais temos de ser amigos, se somos honestos temos de ser compassivos.
Muitas vezes determinados traços da personalidade que usamos como bandeiras (porque são politicamente correctos) servem para mascarar as inseguranças, as fraquezas e algumas ideias perversas que escondemos bem fundo, num recanto obscuro da nossa alma Quando somos directos e não construimos, humilhamos os outros, quando somos sinceros mas não somos sensiveis magoamos os outros, quando somos leais e não somos amigos abandonamos os outros, quando somos honestos mas sem compaixão não amamos os outros.
Vamos limpar a alma e afogar as inseguranças e frustrações num mar de compreensão, carinho e amor pelos outros.
Como seres completos e não compartimentaveis que somos, temos de conjugar os nossos traços de personalidade com os sentimentos que os valorizam e lhes mudam a cor, para podermos até dizer sem ser paradoxal tenho orgulho de ser humilde.


Saudações


O Viajante

9 comentários:

Marisa Borges disse...

Fiquei sem palavras :)
Obrigada!

Seeker disse...

This is such a good post!!!
Food for thought...

xoxo

Vânia Vidal disse...

Francisco,

Você tirou as palavras do meu coração. Tenho lutado para que as pessos percebam isso.

Obrigada por nos olhar nos olhos.
vania

Anónimo disse...

Olá Viajante
Palavras para quê! voçê disse tudo.
Grande lição de vida.
Bem haja
beijinho
Salamandra

IdoMind disse...

Ai meu querido Viajante,

Se conseguíssemos a todo o tempo lembrarmo-nos que somos anjos na conquista das asas....

Mas não é assim.A humanidade tem por vezes uma força indomável..e aí entra a nossa personalidade, que nos torna únicos no nosso caminho único.

A via é só uma: O AMOR. Disto não tenho dúvidas.Mas amar nem sempre é ser compreensivel, nem sempre é ser sensível, nem sempre é ser anjo...

Amar também é dizer não.Amar exige a coragem de ser absolutamente fiel à voz dentro de nós que nos indica quando é tempo de dar um beijo ou um berro.

Em abstracto concordo consigo. Dizer a verdade por exemplo pode causar mais mal que bem quando é dita apenas para aliviarmos a nossa consciência. Nós ficamos bem porque dissemos a verdade e airosamente transferimos o onús da decisão para o outro.Assim, nem sempre ser verdadeiro significa que se está a tomar a atitude correcta.

Mas sim à frontalidade, sim à honestidade, sim à lealdade.A estes valores que nos guiam como faróis - SIM!
O que não é necessário é conduzir os outros contra as rochas.

É a forma como concretizamos estes valores, que nem sempre é a melhor.

Eu sou extremamente sensível. Descobri isso tardiamente e aceitei dificilmente.Por muito tempo me escondi atrás da indiferança e da solidão voluntária.Sei tão bem do que fala no seu post...

Depois da vida me dar uma lição ou duas, aprendi, desta vez rapidamente, que só tem piada andar por cá rindo, abraçando, manifestando o nosso amor porque não basta acharmos que os outros saibam que os amamos, é preciso mostrá-lo.

Hoje, como era no príncipio agora e sempre lol sou frontal, honesta, sincera digo o que realmente penso e sinto.Sempre.

Mas como já referi uma vez, sou a rainha da diplomacia por isso, tenho conseguido manter esta integridade comigo mesma dentro de uma profunda compreensão com outros.
Digo-lhes o que tenho a dizer mas as palavras que saem dos lábios são forjadas no meu coração.
Se por exemplo me magoam com qualquer atitude simplesmente pergunto: porquê? Dispo-me, e assim, sem roupagem à frente dos outros apenas procuro que também eles questionem as suas atitudes.

Não esqueça Viajante, todos têm personalidade.

Como tudo debaixo deste céu, é pelo Caminho do Meio que os nosso pés devem andar.

Gosto muito, muito deste seu post e desculpe-me estes meus comentários sempre extensos mas fico possuída por qualquer coisa quando leio certas coisas.

Uma última advertência: nunca por nunca o amor e a compreensão podem servir de pretexto para alimentar vitimizações inúteis e corrosivas.

Beijos Viajante
IdoMin

Viajante disse...

Olá IdoMind

Como sabe eu sou pelos equilibrios portanto o meu apelo não é para deixarmos de ser honestos, sinceros, leais ou frontais, mas para fazermos aquilo que a IdoMind fez equilibrar todos esses principios com outros. A sua diplomacia é e expressão externa não só da sua inteligência como tambem da sua sensibilidade e amor.Obrigado por mais este tão profundo como esclarecedor texto, de facto os relacionamntos são complexos, dificeis e necessitam, tal como uma planta num vaso, de serem regados com compreensão, adubados com carinho, expostos ao sol do amor e mesmo assim não temos a certeza de que as coisas funcionem. Eu sou um pouco como você para estar tenho de me sentir envolvido.
Num primeiro olhar poderá não parecer mas estou totalmente de acordo consigo a critica foi para aos fundamentalistas.

Saudações

O Viajante

IdoMind disse...

Obrigada querido Viajante

Por tudo obrigada..
De algures no meio do Atlântico, a sua voz tem chegado em momentos muito importantes para mim, trazendo a mensagem que eu precisava.Isto é tão verdade.

Vi o seu comentário no Grimoire, no desabafo da tola e muito doce Shin_tau..se o Viajante soubesse o significado das suas palavras para mim..foi a sua vez de fazer explodir...lol

Mil beijinhos e uma proposta:com seriedade, com bravura, deixando o MEDO de fora, sermos capazes de trazer esta magia bonita, nascida da partilha na blogoesfera, para a nossa realidade.Eu tento fazê-lo e as compensações têm sido lindas de mais para caberem em qualquer definição.

Um abraço bruxinho Viajante
IdoMind

Viajante disse...

Olá IdoMind

Obrigado pelas palavras amaveis que por bondade sua me enviou.
Tal como todos os outros eu sou um instrumento se aquilo que digo ou faço ajuda os outros, os fizer sorrir eu fico imensamente feliz

Beijinho

O Viajante

Carla O. disse...

Que lição, estas palavras! :)
Serviu para acordar, porque no fundo até sabemos que é assim, mas continuamos, acima de tudo, a querer esconder as tais inseguranças.
Adorei :)
Beijos