Os que combatem fogos florestais sabem que os três factores determinantes são: o combustível, o terreno e a meteorologia.
Se estamos perante uma região de vegetação rasteira e árvores de pequeno porte, combustível ligeiro, o incêndio propaga-se mais rapidamente porque o combustível arde com mais facilidade. Se estamos perante grandes florestas de árvores adultas, combustível pesado, a velocidade de propagação do fogo é manifestamente inferior.
Se o terreno for irregular com elevações o fogo ganha velocidade quando sobe encostas porque o combustível vai sendo pré-aquecido e perde velocidade quando as desce. Por outro lado o ataque em terreno irregular é muito mais complicado pela dificuldade em fazer chegar meios pesados de ataque aos locais. Assim foi em Portugal durante os anos 1975/85 em que em vários incêndios na Guarda os bombeiros tinham que andar mais de meia hora a pé para chegarem aos focos de incêndio.
Por último o terceiro factor que influencia este tipo de sinistros a meteorologia, nomeadamente através da temperatura ambiente, da humidade relativa do ar e da velocidade do vento.
A conjugação de forma explosiva destes factores, o combustível, o terreno e a meteorologia, na Austrália causaram uma tragédia sem precedentes com perdas avultadas em vidas, quase trezentas até agora, e materiais, com centenas de milhares de hectares de florestas plantações e até cidades completamente incineradas pelas chamas.
Temperaturas de mais de 45º com valores de humidade relativa próxima do zero com ou sem ajuda humana desencadearam em pouco tempo no estado de Vitória dezenas de incêndios o maior dos quais a 80 km ao norte de Melbourne, destruiu uma extensão de 1.400 hectares, avançou através de 30 km, destruiu cerca de cem casas das pequenas localidades e matou pelo menos 25 pessoas.
Como foi possível ter morrido tanta gente, inclusive alguns dentro dos carros em que tentavam fugir? Isto parecerá surreal para muitos, o fogo a deslocar-se com maior rapidez que um automóvel.
Mesmo que antes do início do incêndio não haja vento quando um incêndio atinge as dimensões daquele ao norte de Melburne as correntes de convecção criadas pelo próprio fogo geram as chamadas “tempestades de fogo” com ventos, que sem grande dificuldade, atingem velocidades superiores a 80Km por hora. Dizem as autoridades que houve progressões de 35 m/s, ou seja houve alturas em que o incêndio se propagou a cerca de 120Km por hora, o que tornou impossível qualquer fuga para pessoas que o avistaram a 10 ou 15Km de distância.
Provocados ou não pelas alterações climáticas planetárias o facto é que apesar do equipamento sofisticado, nomeadamente helicópteros e aviões e milhares de bombeiros experientes e bem equipados, o homem falhou redondamente ao enfrentar a natureza. Cada vez mais temos que ter consciência a que não somos donos do planeta mas apenas “hospedes” e como tal teremos de mudar a atitude arrogante de julgar que a nossa tecnologia resolve tudo porque ela já há muito que deixou de ser parte da solução e começou a ser parte do problema.
Quero deixar aqui uma palavra de solidariedade a todos os que perderam entes queridos nesta tragédia e também enviar um abraço aos bombeiros que apesar das condições dificílimas combateram o fogo e salvaram vidas.
Se estamos perante uma região de vegetação rasteira e árvores de pequeno porte, combustível ligeiro, o incêndio propaga-se mais rapidamente porque o combustível arde com mais facilidade. Se estamos perante grandes florestas de árvores adultas, combustível pesado, a velocidade de propagação do fogo é manifestamente inferior.
Se o terreno for irregular com elevações o fogo ganha velocidade quando sobe encostas porque o combustível vai sendo pré-aquecido e perde velocidade quando as desce. Por outro lado o ataque em terreno irregular é muito mais complicado pela dificuldade em fazer chegar meios pesados de ataque aos locais. Assim foi em Portugal durante os anos 1975/85 em que em vários incêndios na Guarda os bombeiros tinham que andar mais de meia hora a pé para chegarem aos focos de incêndio.
Por último o terceiro factor que influencia este tipo de sinistros a meteorologia, nomeadamente através da temperatura ambiente, da humidade relativa do ar e da velocidade do vento.
A conjugação de forma explosiva destes factores, o combustível, o terreno e a meteorologia, na Austrália causaram uma tragédia sem precedentes com perdas avultadas em vidas, quase trezentas até agora, e materiais, com centenas de milhares de hectares de florestas plantações e até cidades completamente incineradas pelas chamas.
Temperaturas de mais de 45º com valores de humidade relativa próxima do zero com ou sem ajuda humana desencadearam em pouco tempo no estado de Vitória dezenas de incêndios o maior dos quais a 80 km ao norte de Melbourne, destruiu uma extensão de 1.400 hectares, avançou através de 30 km, destruiu cerca de cem casas das pequenas localidades e matou pelo menos 25 pessoas.
Como foi possível ter morrido tanta gente, inclusive alguns dentro dos carros em que tentavam fugir? Isto parecerá surreal para muitos, o fogo a deslocar-se com maior rapidez que um automóvel.
Mesmo que antes do início do incêndio não haja vento quando um incêndio atinge as dimensões daquele ao norte de Melburne as correntes de convecção criadas pelo próprio fogo geram as chamadas “tempestades de fogo” com ventos, que sem grande dificuldade, atingem velocidades superiores a 80Km por hora. Dizem as autoridades que houve progressões de 35 m/s, ou seja houve alturas em que o incêndio se propagou a cerca de 120Km por hora, o que tornou impossível qualquer fuga para pessoas que o avistaram a 10 ou 15Km de distância.
Provocados ou não pelas alterações climáticas planetárias o facto é que apesar do equipamento sofisticado, nomeadamente helicópteros e aviões e milhares de bombeiros experientes e bem equipados, o homem falhou redondamente ao enfrentar a natureza. Cada vez mais temos que ter consciência a que não somos donos do planeta mas apenas “hospedes” e como tal teremos de mudar a atitude arrogante de julgar que a nossa tecnologia resolve tudo porque ela já há muito que deixou de ser parte da solução e começou a ser parte do problema.
Quero deixar aqui uma palavra de solidariedade a todos os que perderam entes queridos nesta tragédia e também enviar um abraço aos bombeiros que apesar das condições dificílimas combateram o fogo e salvaram vidas.
"Vida por vida"(lema dos bombeiros portugueses)
Saudações
O viajante